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Ginecologia e Obstetrícia1 agosto 2022

Hepatite B com foco em combater a transmissão vertical

Como evitar a transmissão de hepatite B para recém-nascidos? Um dos jeitos mais seguros é que todas as gestantes realizem a sorologia para a doença logo no primeiro trimestre da gestação.

A contaminação do recém-nascido com hepatite B pode levar à hepatite crônica B em cerca de 90% dos casos. Por este motivo, todas as gestantes devem realizar a sorologia para a hepatite B no primeiro trimestre da gestação.  

Naquelas com hepatite B que estão com elevada carga viral, enzimas hepáticas normais e sem fibrose hepática documentada, o tratamento para a mãe ainda não se configura como necessário na maioria dos guidelines nacionais e internacionais. Essa é a fase conhecida antigamente como “imunotolerante”, quando há uma tolerância do hospedeiro ao vírus B. Geralmente, ocorre até os 30 anos de uma pessoa que foi contaminada de forma vertical.  

No entanto, mesmo que não exista indicação de tratamento para a mãe, existem algumas regras para a proteção da contaminação do recém-nascido. Em mães com carga viral B acima de 200.000 UI/ml (ou sua equivalência 1.000.000 de cópias/ml) ou níveis de HBsAg acima de 4 log10 UI/ml, a profilaxia antiviral com tenofovir deverá ser iniciada na semana 24–28 da gestação e continuar até 12 semanas após o parto. Não há contraindicação ao parto normal.  

O recém-nascido de mães portadoras de HBsAg positivos devem receber a imunoglobulina e vacina em até 12 horas após o parto e dar sequência ao esquema vacinal habitual. O aleitamento materno não deve ser evitado. Mesmo nas que usam o tenofovir a biodisponibilidade deste é limitada e os recém-nascidos são expostos a pequenas concentrações.  

Em mães que usam entecavir previamente à gestação, a orientação é que este seja trocado por tenofovir. Após o parto a decisão de parar o tenofovir se baseia na segurança hepática naquelas mães em que a decisão do início da medicação teve como foco evitar a transmissão vertical. Para tal, elas devem realizar estratificação de acometimento hepático e definição de enquadramento ou não em necessidade de manutenção de antiviral de acordo com o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas de hepatite B vigente no Brasil. 

Leia também: Hepatite B crônica: quando suspender análogos de nucleosídeos no tratamento?

 

Mensagem final

Toda gestante sem indicação de tratamento materno para a hepatite B deve usar profilaxia antiviral de transmissão vertical para hepatite B, se carga VHB maior que 200.000UI/ml. O antiviral, quando indicado, deverá ser iniciado a partir da 24ª semana de gestação e mantido até a 12ª semana após o parto.  

O recém-nascido deverá receber imunoglobulina e vacina para a hepatite B.  

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