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Ginecologia e Obstetrícia12 agosto 2022

Hemorragia pós-parto: Quais são os fatores de risco para falha do tamponamento intrauterino?

Um trabalho revisou quais fatores poderiam facilitar a falha do tamponamento por balão em pacientes com hemorragia pós-parto.

A hemorragia pós-parto ainda é a principal causa de morbimortalidade materna no mundo, responsável por um terço das mortes maternas no mundo. De maneira geral, as mulheres têm postergado sua maternidade, o que acarreta no envelhecimento das mulheres no pós-parto e as complicações puerperais têm sido mais frequentes.   

Uma delas é a hemorragia puerperal, cujo tratamento envolve suturas hemostáricas, embolização arterial, ligadura de vasos uterinos, uterotônicas entre outros como primeiras medidas após a falha de administração de drogas. A realização de tamponamento com balão intrauterino foi idealizada por Bakri em 1992 com preservação da fertilidade e com sucesso, uma vez que evita manipulação do útero, podendo prejudicar possíveis gestações futuras.

tamponamento

O estudo

Um trabalho publicado em agosto de 2022 no Obstetrics & Gynecology revisou quais fatores poderiam facilitar a falha do tamponamento por balão utilizando-o em uma coorte de 39.193 pacientes com hemorragia pós-parto atendidas na França, sendo distribuídas em 474 maternidades diferentes.

Resultados

Das 39.193 pacientes com hemorragia, 1761 (4,5%) receberam indicação de uso de tamponamento por balão por falha das medidas iniciais. A efetividade do balão foi de 88,9%. Em 195 mulheres (11,1%) um segundo método foi necessário para tamponamento do sangramento. As pacientes que apresentaram falha do tamponamento inicial tinham idade mais avançada, idade gestacional menor e anormalidades placentárias mais frequentes. As presenças de pré-eclâmpsia, parto cesárea e ruptura uterina também tiveram maior prevalência nessas com falha.

Leia também: Estudo avalia clampeamento tardio versus imediato do cordão umbilical na incidência de hemorragia pós-parto

Discussão

A análise multivariada revelou parto cesárea (IR 4,2; 95% IC 2,9 – 6,0), pré-eclampsia (IR 2,3; 95% IC 1,3-4,0) e ruptura uterina  (IR 14,1 IC 95%; 2,4 – 83) como associações independentes a falha do tamponamento intrauterino. Concluem os autores que parto cesárea, presença de pré-eclâmpsia e ruptura uterina são associados à falência do tamponamento uterino para tratamento de hemorragia puerperal.

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Referências bibliográficas

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