Aproximadamente 45% das mulheres em idade fértil estão em países em desenvolvimento, sendo que 80% delas vivem com poucos recursos. As gestantes com deficiência de ferro ou anemia ferropriva podem sofrer com problemas cardiovasculares, atividade física reduzida, desempenho cognitivo prejudicado, função imunológica reduzida, fadiga e episódios depressivos. Por isso devemos avaliar o risco de anemia ferropriva em todas as gestantes durante o pré-natal, além de estarmos preparados para tratar essas pacientes evitando desfechos ruins para essas gestações.
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O estudo
Em setembro de 2022 foi publicado um artigo no International Journal of Obstetrics and Gynecology com o objetivo de testar a equivalência de duas doses de ferro endovenoso (carboximaltose férrica) na gravidez. Os pesquisadores desenharam seu estudo desenvolvendo um teste paralelo de equivalência de dois braços com uma margem de equivalência de 5%. Duzentas e setenta e oito gestantes com deficiência de ferro participaram da pesquisa.
Métodos
As participantes receberam 500 mg (n=152) ou 1.000 mg (n=126) de carboximaltose férrica intravenosa no segundo ou terceiro trimestre. De acordo com os autores da pesquisa, as duas doses não foram equivalentes dentro de uma margem de 5% em nenhum momento. Quatro semanas após a infusão, 36% das participantes necessitaram de uma infusão repetida no grupo de 500 mg em comparação com 8% no grupo de 1.000 mg.
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Resultados e comentários
A administração de 1.000 mg de carboximaltose férrico na gravidez mantém os níveis adequados de ferro e reduz a necessidade de infusões repetidas. Já uma dose de 500 mg requer monitoramento contínuo para garantir que os estoques de ferro adequados sejam alcançados e mantidos.
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