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Ginecologia e Obstetrícia31 maio 2023

Eficácia do estrogênio vaginal para prevenção de infecção recorrente

O estrogênio vaginal é considerado o padrão de tratamento para a prevenção de infecções urinárias recorrentes em mulheres hipoestrogênicas.

A síndrome genitourinária da menopausa é causada devido ao hipoestrogenismo, e está associada a atrofia vaginal, distúrbios dolorosos sexuais e infecções urinárias de repetição. Sendo extremamente desconfortável, levando as mulheres a uma queda na qualidade de vida. Diversos estudos têm esse tema como foco, já que é uma síndrome bastante frequente nas mulheres pós-menopausa. 

Em maio de 2023 foi publicado um artigo no American Journal of Obstetrics & Gynecology, com o objetivo de avaliar a associação entre a prescrição de estrogênio vaginal e a frequência de infecções do trato urinário no ano seguinte em uma população diversa de mulheres hipoestrogênicas. Além disso, os autores também tiveram como objetivos secundários a avaliação da adesão à medicação e preditores de infecção do trato urinário pós-prescrição. 

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Eficácia do estrogênio vaginal para prevenção de infecção recorrente

Eficácia do estrogênio vaginal para prevenção de infecção recorrente

Métodos 

O artigo em questão foi realizado sob forma de revisão retrospectiva multicêntrica, e incluiu mulheres que receberam prescrição de estrogênio vaginal para a indicação de infecção recorrente do trato urinário de janeiro de 2009 a dezembro de 2019.  

Resultados 

De acordo com os pesquisadores, a frequência média de infecção do trato urinário no ano seguinte à prescrição do estrogênio vaginal diminuiu para 1,8 (P<0,001) de 3,9 no ano anterior à prescrição, sendo uma redução de 51,9%. Durante os 12 meses após a prescrição do estrogênio vaginal, 55,3% dos pacientes tiveram uma ou menos infecções do trato urinário e 31,4% não tiveram infecções do trato urinário. 

Foram preditores significativos de infecção do trato urinário pós-prescrição: a idade da paciente entre 75-84 (taxa de taxa de incidência 1,24; IC 95% 1,05-1,46) e mulheres com 85 anos ou mais (1,41; 1,17-1,68), o aumento da frequência basal de infecção do trato urinário (1,22; 1,19 -1,24), presença de incontinência urinária (1,14; 1,07-1,21), presença de  retenção urinária (1,21; 1,10-1,33), pacientes com diabetes mellitus (1,14; 1,07-1,21) e moderada (1,32; 1,23-1,42) ou alta adesão medicamentosa (1,33; 1.24-1.42). As pacientes altamente aderentes demonstraram infecções do trato urinário pós-prescrição mais frequentes do que as pacientes com baixa adesão (2,2 versus 1,6, P<0,0001).  

Considerações 

Essa descoberta paradoxal de que mulheres com adesão moderada e alta experimentaram a redução de menor magnitude na frequência de infecção do trato urinário pode representar uma seleção não observada ou confusão não mensurada, de acordo com os autores. 

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Conclusão e mensagem prática 

Esse artigo que trouxe hoje para discussão nos confirma o que vemos na prática clínica, sobre a importância do uso de estrogênio vaginal nas pacientes com síndrome genitourinária da menopausa, pois realmente houve melhora no quadro de infecções do trato urinário de repetição nessas pacientes, sendo prudente e seguro prescrever com essa finalidade. 

 

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Referências bibliográficas

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