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Ginecologia e Obstetrícia2 setembro 2022

DIU de levonorgestrel é eficaz no tratamento de hiperplasia endometrial e câncer de endométrio?

Estudo investigou os resultados do DIU-LNG para o tratamento de hiperplasia endometrial atípica (AEH) ou câncer de endométrio grau 1 (CE).

Um total de 417.367 novos casos de câncer de endométrio (CE) foram diagnosticados em todo o mundo em 2020, com uma estimativa de 97.370 mortes relacionadas ao câncer (PAL N, 2022). Pesquisadores têm observado uma maior incidência de hiperplasia endometrial atípica e CE em pacientes mais jovens, em torno de 40 anos, muito provavelmente isto está relacionado com nuliparidade ou gravidez mais tardia.

Leia também: Risco de gravidez ectópica durante o uso de dispositivos intrauterinos de levonorgestrel (DIU)

DIU de levonorgestrel é eficaz no tratamento de hiperplasia endometrial e câncer de endométrio

Análise recente

Em agosto de 2022 foi publicado um artigo no Journal of Obstetrics and Gynecology Research, com o objetivo de investigar a taxa de recorrência, a taxa de nascidos vivos e os resultados do dispositivo intrauterino de liberação de levonorgestrel (DIU-LNG) para o tratamento de hiperplasia endometrial atípica (AEH) ou câncer de endométrio grau 1 (CE) em pacientes que desejam tratamento de preservação da fertilidade e naquelas que procuram tratamento conservador, mas sem a preservação da fertilidade.

A idade média dos pacientes participantes da pesquisa foi de 35 (variação: 29-39) anos e a taxa de recorrência global foi de 56% (5/9). Três das nove pacientes apresentavam CE grau 1 e seis apresentavam AEH. Sendo que as taxas de resposta ao DIU-LNG em pacientes com Grau 1 CE e AEH foram 66% e 100%, respectivamente. Quatro pacientes (três com AEH, um com grau 1 CE) apresentaram recorrência 6 meses após o tratamento com acetato de medroxiprogesterona oral (AMP) e todos as 4 (100%) tiveram resposta completa. Oito pacientes desejavam a preservação da fertilidade, das quais 37% (3/8) conceberam após receber tratamento de fertilidade e 25% (2/8) tiveram nascido vivo; as três restantes haviam recebido AMP anteriormente por 6 meses e tiveram recorrência; destas, 1 nasceu vivo.

Saiba mais: Qual o melhor tratamento para hiperplasia endometrial (HE)?

Conclusão

Os pesquisadores concluíram que o DIU-LNG é eficaz para o manejo de AEH e EC em pacientes jovens que desejam tratamento de preservação da fertilidade, incluindo aquelas inelegíveis para AMP devido à presença de comorbidades e aquelas com recorrência após o tratamento com AMP (tratamento de 6 meses) e pacientes que procuram por um tratamento conservador, sem a preservação da fertilidade. Independente do tratamento escolhido em conjunto com a paciente, é de suma importância o esclarecimento dos riscos e benefícios de cada um para a paciente. No geral, os médicos esquecem de pensar na fertilidade da paciente com câncer, contudo, hoje existem tratamento no qual podemos preservar a fertilidade e após a paciente conceber, terminar o tratamento mais agressivo, se necessário.

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Referências bibliográficas

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