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Ginecologia e Obstetrícia13 março 2021

Qual o melhor tratamento para hiperplasia endometrial (HE)?

A Chochrane publicou uma revisão sistemática, comparando tratamentos da hiperplasia endometrial (HE ). Confira os resultados.

A hiperplasia endometrial (HE) frequentemente resulta da estimulação estrogênica crônica, sem oposição aos efeitos contrabalançadores da progesterona. Os maiores fatores de risco são: obesidade, ciclos anovulatórios, síndrome dos ovários policísticos, uso de tamoxifeno, entre outros.

Podemos subdividi-la em:

    • não neoplásicas (endométrio proliferativo desordenado, hiperplasia benigna, hiperplasias simples e complexas sem atipia), caracterizadas por uma proliferação de glândulas endometriais de tamanho e forma irregulares,
    • neoplasias pré-cancerosas (neoplasias intraepiteliais endometriais [EIN] e todas as hiperplasia complexa atípica), caracterizadas por características neoplásicas, mas sem invasão.

A Chochrane publicou uma revisão sistemática, comparando tratamentos da hiperplasia endometrial (HE )

Manejo da hiperplasia endometrial (HE):

O manejo da HE é determinado por fatores clínicos e pela classificação, que se baseia nas características histológicas e no risco de progressão para carcinoma endometrial.

Apesar de ainda não haver liberação pelo FDA para este fim, os progestágenos orais são a terapia de primeira escolha para o tratamento da HE. Porém, diante de histórico de tromboembolismo, câncer de mama, disfunção hepática e outros, o uso de progestágeno oral está contraindicado.

Novo trabalho da Chochrane

No último ano, a Chochrane publicou uma revisão sistemática, comparando o tratamento da hiperplasia endometrial (com e sem atipias ) utilizando o Diu de 52mg de levonorgestrel, com os tradicionais tratamentos com progestagênio oral ou cirúrgico, ou tratamento placebo.

O estudo elencou onze ensaios clínicos randomizados e observou que há evidências de qualidade moderada de que o tratamento com Diu hormonal, usado por três a seis meses, parece ser mais eficaz do que os progestogênios não intrauterinos na reversão de HE em curto prazo (até seis meses) e longo prazo (até dois anos).

O Diu de levonorgestrel pode reduzir o risco de histerectomia e pode estar associado a menos sangramento, menos náuseas, menos interrupção do tratamento devido a efeitos adversos e maior satisfação com o tratamento, em comparação com progestogênios não intrauterinos. Porém, esses achados ainda não possuem alta qualidade de evidência.

Não havia evidências suficientes para chegar a conclusões sobre os efeitos adversos relacionados ao dispositivo, custo ou uso de recursos, mas sabemos, a partir de outros estudos, que o índice de satisfação ao método com DIU 52mg levonorgestrel têm alto índice de satisfação e que a maior parte das pacientes entram em amenorreia ou um pequeno sangramento tolerável.

Conclusão

Sem tratamento HE pode progredir para câncer endometrial, particularmente na presença de atipia nuclear histológica.

O desenvolvimento de HE resulta da exposição do endométrio ao estrogênio sem oposição da progesterona. O progestágeno oral nem sempre é eficaz na reversão da hiperplasia, pode estar associado a efeitos colaterais e depende da adesão do paciente.

O tratamento da HE utilizando o Diu 52mg Levonorgestrel parece ser eficaz no tratamento da patologia a curto e longo prazo, com poucos efeitos colaterais, diminuindo os riscos de câncer e histerectomia.

Referência bibliográfica:

  • Mittermeier T, Farrant C, Wise MR. Levonorgestrel-releasing intrauterine system for endometrial hyperplasia. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Sep 6;9:CD012658. doi: 10.1002/14651858.CD012658.pub2. PMID: 32909630.

 

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