Adenomiose é uma desordem ginecológica benigna, caracterizada pela presença de glândulas e estroma endometrial na camada miometrial do útero. Clinicamente ela pode ser assintomática em até um terço das mulheres e no percentual restante se apresenta com dismenorreia e/ou irregularidade menstrual, normalmente. O diagnóstico pode ser suspeitado, com boa acurácia, por exame de imagens, principalmente ressonância nuclear magnética (RNM) e ultrassom transvaginal (USTV). Entretanto, a confirmação só é possível através de análise histológica pós-histerectomia.
Apesar de estudos anteriores mostrarem uma similaridade entre esses dois exames na avaliação diagnóstica de adenomiose, nenhuma revisão havia reunido artigos em que os dois exames foram realizados na mesma paciente.
Então, um grupo de autores europeus, publicaram uma revisão sistemática analisando a acurácia e comparando a RNM e USTV, quando realizados na mesma paciente e tendo confirmação diagnóstica histopatológica.
Resultados
Foram analisados seis estudos publicados entre 1990 e 2022, reunindo dados de 595 mulheres, entre 20 e 88 anos. Adenomiose foi identificada em 270 dessas mulheres após histerectomia, mostrando uma prevalência média de 52% (21-85%).
O risco de viés foi baixo. Sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança positiva e razão de verossimilhança negativa para USTV foram de 75%, 81%, 3,9 e 0,31, respectivamente. Esses números para RNM foram de 69%, 80%, 3,5 e 0,39, respectivamente. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (P=0,7509).
Conclusões
Foram encontrados poucos estudos comparando o desempenho diagnóstico da USTV e da ressonância magnética para detectar adenomiose uterina no mesmo grupo de pacientes.
Porém, os autores concluíram que ambas as técnicas apresentam alta especificidade e sensibilidade moderada para o diagnóstico de adenomiose e, assim, apresentam desempenho semelhante.
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