A paciente que apresenta endometriose tem grandes chances de também apresentar adenomiose no futuro. Apesar dos estudos mostrarem uma relação da endometriose e adenomiose com uma alteração inflamatória na paciente, pouco se sabe da etiologia de ambas patologias. Sendo assim, é necessário indagar e pesquisar mais sobre o assunto, para que assim possamos prestar uma melhor assistência a essas mulheres, afinal a incidência de endometriose e adenomiose vem subindo com o passar dos anos.
Análise recente
Neste ano de 2022, foi publicado um artigo na Frontiers in Physiology com o objetivo de descrever possíveis reações entre o consumo de substância causadoras de distúrbios endócrinos como causa da endometriose e adenomiose. Estas substâncias são classificadas como produtos químicos exógenos que interferem nas funções fisiológicas normais do sistema endócrino, potencialmente causadoras de efeitos adversos à saúde e promotora de doenças. Infelizmente, devido a industrialização é difícil não sermos expostos à essas substâncias nocivas.
De acordo com o autor, dioxinas (combustão, incineração de resíduos, erupções vulcânicas, incêndios florestais), bifenilos policlorados – PCB (transformadores elétricos, óleos de imersão para microscópios, pesticidas, papel de cópia sem carbono), bisfenol A – BPA/bisfenol S – BPS (brinquedos infantis, garrafas de água, latas de alimentos, selantes dentários, revestimentos), Ftalatos (cosméticos, equipamentos médicos, medicamentos, tintas, adesivos, produtos de cuidado pessoal) e parabenos (cosméticos, produtos farmacêuticos) são substâncias que provocam distúrbios endócrinos e estão associadas ao surgimento de patologias como endometriose e adenomiose.
Mensagem final
São necessários mais estudos para determinar como ocorre essa relação entre essas substâncias e o surgimento da endometriose e/ou adenomiose. Teria relação com alterações genéticas ou epigenéticas desta paciente? Ou somente seu consumo já estaria relacionado ao desenvolvimento da endometriose e adenomiose? Vamos ficar atentos, pois novos estudos devem surgir nos próximos anos, nos auxiliando na correta propedêutica e terapêutica dessas patologias com alta prevalência nas mulheres modernas.
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