Adenomiose é um quadro particular de endometriose onde o sítio acometido está no miométrio. Essas pacientes, em geral, cursam com sangramento uterino anormal e dismenorreia. A dor pélvica, dispareunia e o sangramento são os principais sintomas.
O tratamento definitivo é a realização de histerectomia naquelas com prole constituída. Tratamentos paliativos incluem laparoscopia para inventário e possível bloqueio nervoso, evitando transmissão da dor.
Em situações em que não é possível tratamento definitivo se têm a necessidade de evitar a menstruação com bloqueio hormonal através do uso de progestágenos ou SIU com levonorgestrel.
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Métodos do estudo
Em um estudo retrospectivo, conduzido de maio de 2011 a outubro de 2016, publicado no International Journal of Gynecology & Obstetrics de novembro de 2022, três grupos de mulheres foram avaliados para tratamento de adenomiose: um grupo submetido apenas a cirurgia; outro grupo submetido a cirurgia e uso de análogo de GnRH e um último grupo utilizando SIU de levonorgestrel.
Um total de 249 mulheres submetidas a cirurgia com follow up de 41 meses foi avaliado.
Resultados
Os resultados observados mostraram menor recorrência nos grupos onde houve intervenção além da cirurgia (p = 0,011). As análises de riscos proporcionais de Cox e análise ROC mostraram ciclos mais longos > 26 dias (p = 0,026), diâmetro das lesões < 6 cm (p = 0,030) e a combinação de tratamento usando GnRH (p = 0,039) ou SIU (p = 0,007) protegeram contra recidivas. O risco de recorrência foi menor quando as lesões estavam no fundo uterino (p = 0,038) ou região anterior (p = 0,034).
Mensagem prática
Assim, o uso de análogo de GnRH ou de SIU com levonorgestrel diminuiu as taxas de recidiva nas mulheres submetidas a tratamento conservador de adenomiose.
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