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Ginecologia e Obstetrícia17 abril 2023

Comparação da taxa de expulsão do DIU inserido em diferentes momentos do puerpério

Estudo comparou a taxa de expulsão de DIU no puerpério quando colocado precocemente (2 a 4 semanas) ou de intervalo (após 6 semanas).

As puérperas são orientadas a agendar uma consulta de pós-parto após 6 semanas do parto. Esse tempo tem mais um caráter histórico e de opinião de especialistas, do que evidência científica propriamente dita. A necessidade de discutir contracepção se faz necessária em um tempo inferior a esse, visando reduzir gestação não planejadas e com intervalo curto entre os partos. Dentro dessa discussão de contracepção no puerpério, destacam-se os métodos de longa duração, como os dispositivos intrauterinos (DIU), um método barato e de alta eficácia. A inserção do DIU é normalmente orientada em até 48 horas após o parto ou após 30 a 40 dias.

Leia também: Risco de gravidez ectópica durante o uso de dispositivos intrauterinos de levonorgestrel (DIU)

Mas será que poderíamos inseri-lo nesse intervalo de tempo (48 horas a 4/6 semanas)? Um estudo recentemente publicado no JAMA objetivou comparar a taxa de expulsão de DIU pós-parto quando colocado precocemente (2 a 4 semanas) ou de intervalo (após 6 semanas).

Comparação da taxa de expulsão do DIU inserido em diferentes momentos do puerpério

Metodologia

Trata-se de um ensaio clinico randomizado e multicêntrico, realizado em quatro centros acadêmicos nos Estados Unidos, de 2018 a 2021.

As mulheres eram abordadas no período pós-parto e randomizadas para inserção do DIU de 14 a 28 dias (inserção precoce) ou de 42 a 56 dias (inserção de intervalo). As mulheres poderiam optar pelo dispositivo de cobre ou hormonal.

A posição dos dispositivos inseridos já eram conferidos por ultrassonografia no momento da inserção.

As pacientes retornaram em seis meses para uma nova avaliação ginecológica e novo exame de ultrassom.

Os desfechos analisados foram a expulsão parcial ou total dos dispositivos ou outros desfechos desfavoráveis relacionados a presença do DIU, como infecção pélvica, expulsão parcial e mal posicionamento.

Saiba mais: Comparação da inserção guiada e não guiada por ultrassom do DIU no período pós-parto imediato

Principais achados

Foram abordadas 642 mulheres no puerpério com desejo de inserção de DIU pós-parto, mas após excluídas por diferentes fatores, foram analisadas 294 participantes (149 no grupo de inserção precoce [grupo estudo] e 145 no grupo inserção de intervalo [grupo controle]).

As características das mulheres eram muito semelhantes entre os dois grupos e a maioria delas escolheram a inserção do DIU hormonal (62% grupo estudo e 68,5% grupo controle).

Após análise primária, as taxas de expulsão completa foram 3 de 149 (2,0% [95% CI, 0,4%-5,8%]) no grupo estudo e 0 de 145 (0% [95% CI, 0,0%-2,5%]) no grupo controle. A diferença entre os grupos foi de 2,0 (95% CI, -0,5 a 5,7) pontos percentuais (P = 0,04), o que é consistente com a inserção de 2 a 4 semanas não sendo inferior à colocação de intervalo.

Expulsão parcial ocorreu em 14 (9,4% [95% CI, 5,2%-15,3%]) participantes no grupo estudo e 11 (7,6% [95% CI, 3,9%-13,2%]) participantes na inserção de intervalo (diferença entre os grupos, 1,8 [95% CI, -4,8 a 8,6] pontos percentuais).

Conclusões

Colocação do DIU em 2 a 4 semanas após o parto em comparação com 6 a 8 semanas após o parto não foi inferior para expulsão completa, mas não para expulsão parcial. Compreender o risco de expulsão do DIU durante o período pós-parto permite que pacientes e médicos façam escolhas informadas sobre o momento da colocação do DIU pós-parto com base nos objetivos e preferências da paciente.

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Referências bibliográficas

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