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Ginecologia e Obstetrícia15 fevereiro 2023

Como o tratamento com metformina afeta filhos de grávidas com diabetes tipo 2?

Estudo avaliou a adiposidade em filhos de mulheres com diabetes tipo 2, com e sem exposição intrauterina à metformina, até 24 meses de idade.

Nas últimas décadas, devido ao novo estilo de vida das mulheres, cada vez mais temos gestantes com mais de 35 anos, o que aumenta a probabilidade de comorbidade nesta paciente. A metformina vem sendo usada nas gestantes com diabetes tipo 2, contudo é necessário saber se existe alguma consequência tardia nas crianças destas mulheres.

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Em fevereiro de 2023 foi publicado um artigo na Lancet – Diabetes & Endocrinology, com o objetivo examinar a adiposidade em filhos de mulheres com diabetes tipo 2 do estudo Metformin in Women with Type 2 Diabetes in Pregnancy (MiTy), com e sem exposição intrauterina à metformina, até 24 meses de idade. MiTy Kids é um estudo de acompanhamento que incluiu bebês de mulheres que participaram do estudo controle, duplo-cego, randomizado MiTy, recebendo 1.000 mg de metformina oral duas vezes ao dia ou placebo. Medidas antropométricas, incluindo peso, altura e dobras cutâneas, foram feitas aos 3, 6, 12, 18 e 24 meses. Aos 24 meses, a regressão linear foi usada para comparar o escore Z do IMC e a soma das dobras cutâneas nos grupos metformina versus placebo, ajustados para fatores de confusão. Polinômios fracionários foram usados ​​para avaliar as trajetórias de crescimento.

Resultados

De acordo com os pesquisadores, aos 24 meses, não houve diferença entre os grupos na pontuação média do IMC Z (0,84 [SD 1,52] com metformina versus 0,91 [1,38] com placebo; diferença média 0,07 [IC 95% –0,31 a 0,45], p=0,72) ou soma média das dobras cutâneas (23,0 mm [5,2] vs 23,8 mm [5·4]; diferença média 0·8 mm [–0,7 a 2,3], p=0,31). Além disso, a metformina não foi preditora do escore Z do IMC aos 24 meses de idade (diferença média –0,01 [IC 95% –0,42 a 0,37], p=0,92), e não houve diferença geral na trajetória do IMC, contudo, nos meninos, as trajetórias foram significativamente diferentes por tratamento (p=0,048). O IMC no grupo metformina foi maior entre 6 e 24 meses, porém, vale ressaltar que filhos de mulheres com diabetes tipo 2 eram aproximadamente 1 DP mais pesados ​​do que a população de referência da OMS.

Conclusão e mensagem prática

Os autores concluíram que, em geral, os dados são tranquilizadores em relação ao uso de metformina durante a gravidez em mulheres com diabetes tipo 2 e à saúde de longo prazo de seus filhos. Afinal, a antropometria foi semelhante em crianças expostas e não expostas à metformina no útero. Contudo, acredito que precisamos de mais estudos para avaliar a saúde dessas crianças, sempre ponderando o risco benefício do uso de metformina e da gestante com diabetes tipo 2 bem controlada.

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Referências bibliográficas

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