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Ginecologia e Obstetrícia8 julho 2022

Clampeamento tardio do cordão umbilical em diabéticas pode aumentar o risco de hiperbilirrubinemia em neonatos

Alguns estudos, apontam o clampeamento tardio do cordão umbilical como responsável pelo aumento dos níveis séricos de bilirrubina neonatais.

O clampeamento tardio do cordão umbilical após o parto apresenta benefícios aos recém-nascidos, especialmente para os pré-termos. Esse clampeamento tardio pode aumentar os níveis de hemoglobina, reduzir a necessidade de reposição volêmica e reduzir o risco de anemia, enterocolite necrotizante e hemorragia ventricular.

Leia também: Estudo avalia clampeamento tardio versus imediato do cordão umbilical na incidência de hemorragia pós-parto

Entretanto alguns estudos, apontam essa prática como responsável pelo aumento excessivo do volume sanguíneo e consequentemente nos níveis séricos de bilirrubina neonatais. Intercorrências essas que podem ser agravadas pela complicação da gestação pelo diabetes, doença metabólica que sabidamente aumenta o risco de hiperbilirrubinemia.

Clampeamento tardio do cordão umbilical em diabéticas pode aumentar o risco de hiperbilirrubinemia em neonatos

Análise recente

Um ensaio clínico randomizado publicado recentemente no European Journal Pediatrics avaliou e comparou os níveis séricos de bilirrubina em mulheres diabéticas versus não diabéticas e a clampagem imediata ou tardia do cordão umbilical.

O estudo incluiu dados de 2019 a 2020, de mulheres entre 18 e 44 anos, gestações a termo, com fetos entre 2500 e 4000 g. Essas mulheres foram divididas em dois grupos: diabéticas e não diabéticas. E foi comparado em cada grupo o clampeamento imediato (até 15s) e tardio (maior que 30s) do cordão umbilical após o parto. O desfecho primário foram os níveis séricos de bilirrubina no segundo dia pós-parto e os desfechos secundários, esses níveis no terceiro e quarto dia e as taxas de fototerapia.

Foram analisados dados de 261 mulheres. No grupo com glicemia normal, 67 foram randomizadas para clampagem imediata e 65 para clampagem tardia, enquanto no grupo diabetes, foram 63 e 66 respectivamente.

Saiba mais: Clampeamento tardio do cordão umbilical versus ordenha do cordão umbilical

No grupo de mães não diabéticas não houve diferença nos níveis séricos de bilirrubina nos neonatos entre os dias 2 e 4 pós-parto (P>0,05). Entretanto, em neonatos de mães diabéticas, houve diferença significativa nos níveis de bilirrubina no intervalo do segundo ao quarto dia pós-parto, entre os subgrupos clampagem imediata e tardia (7,65±1,83 vs 8,25±1,96, P=0,039; 10,35±2,23 vs 11,54±2,56, P=0,002; 11,54±2,94 vs 12,83±3,07, P=0,024).

Além disso a taxa de fototerapia no grupo de mães diabéticas também foi diferente nos subgrupos de clampagem imediata e tardia (6,3% vs 18,2%, P=0,042).

Conclusão

Os autores concluíram que em gestações complicadas pelo diabetes mellitus, o clampeamento tardio do cordão umbilical após o parto pode aumentar os níveis séricos de bilirrubina neonatal, inclusive podendo aumentar a necessidade de fototerapia. Alterações essas que não foram observadas em gestações normoglicêmicas.

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Referências bibliográficas

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