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Pediatria5 agosto 2021

Clampeamento tardio do cordão umbilical versus ordenha do cordão umbilical

Já é sabido que o clampeamento tardio do cordão umbilical facilita a transição fisiológica da vida fetal para a vida extra-uterina. Saiba mais.

Já é sabido de longa data que o clampeamento tardio do cordão umbilical facilita a transição fisiológica da vida fetal para a vida extra-uterina, principalmente do recém-nascido prematuro.

Meta-análises anteriores descobriram que a ordenha do cordão umbilical aumentou o risco de hemorragia intraventricular grave (grau 3 ou 4).

No entanto, uma meta-análise recente revisou sistematicamente quatro estratégias de manejo do cordão umbilical: clampeamento imediato do cordão umbilical, clampeamento tardio do cordão umbilical, ordenha do cordão umbilical e clampeamento tardio com ordenha.

Para o estudo foram utilizados os seguintes bancos de dados: PubMed, Embase, CINAHL e Cochrane. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados comparando diferentes estratégias de manejo do cordão umbilical para bebês prematuros.

O desfecho primário foi a mortalidade pré-alta. Os desfechos secundários foram hemorragia intraventricular, necessidade de transfusão de concentrado de hemácias e outras morbidades neonatais.

A análise conteve 56 estudos, envolvendo no total de 6.852 prematuros.

clampeamento

Resultados

56 estudos envolveram 6.852 bebês prematuros. 

Em comparação com o clampeamento imediato, o clampeamento tardio foi associado a menores chances de mortalidade (22 ensaios, 3083 participantes; 7,6% vs 5,0%; OR, 0,64; 95% CrI, 0,39-0,99), hemorragia intraventricular (25 ensaios, 3316 participantes; 17,8% vs 15,4%; OR, 0,73; 95% CrI, 0,54-0,97) e necessidade de transfusão de concentrado de hemácias (18 ensaios, 2.904 participantes; 46,9% vs 38,3%; OR, 0,48; 95% CrI, 0,32-0,66). 

Em comparação com o clampeamento imediato, a ordenha manual do cordão umbilical foi associada a menores chances de hemorragia intraventricular (10 ensaios, 645 participantes; 22,5% vs 16,2%; OR, 0,58; 95% CrI, 0,38-0,84) e necessidade de transfusão de concentrado de hemácias (9 ensaios, 688 participantes; 47,3% vs 32,3%; OR, 0,36; 95% CrI, 0,23-0,53), sem diferenças significativas para outros resultados secundários. 

Em relação a ordenha manual do cordão umbilical com clampeamento tardio não houve diferenças significativas entre as duas modalidades. 

Conclusão

Nessa meta-análise em questão conclui-se que o clampeamento tardio do cordão umbilical foi associado a menor mortalidade em prematuros quando comparado ao clampeamento imediato. Comparando com clampeamento imediato, o clampeamento tardio e ordenha manual foram foram associados a reduções na hemorragia intraventricular e necessidade de transfusão de concentrado de hemácias. Não houve diferença significativa entre a ordenha e o clampeamento tardio para qualquer resultado. 

Leia também: ACOG atualiza recomendação sobre clampeamento do cordão umbilical

Considerações finais

A interpretação dos dados disponíveis é limitada pelas diferenças em como a ordenha do cordão umbilical foi realizada, qual a faixa da idade gestacional, entre outros. 

Quando viável sugere-se o clampeamento tardio à ordenha manual.

(lembrem-se de que o Programa de Reanimação Neonatal orienta que: quando há necessidade de assistência pediátrica o clampeamento deve ser imediato).  

Por fim, conclui-se que mais estudos comparando diretamente o clampeamento tardio com a ordenha manual do cordão umbilical são necessários para tal indicação. 

Referências bibliográficas:

  • Jasani B, Torgalkar R, Ye XY, et al. Association of Umbilical Cord Management Strategies With Outcomes of Preterm Infants: A Systematic Review and Network Meta-analysis. JAMA Pediatr 2021; 175:e210102. doi: 10.1001/jamapediatrics.2021.0102

 

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