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Ginecologia e Obstetrícia23 janeiro 2020

Caso clínico: mulher com massa dolorosa na vagina; qual o diagnóstico?

Paciente feminina, sem comorbidades, nuligesta, sexualmente ativa, comparece à emergência queixando-se de “bola na vagina” e que “não consegue sentar”.

Paciente feminina, 25 anos, branca, solteira, sem comorbidades, nuligesta, sexualmente ativa, comparece à emergência queixando-se de “bola na vagina” e que “não consegue sentar”. Refere surgimento de tumoração em região genital de cerca de 5 cm há três dias, com aumento de tamanho e dor progressivos. Nega febre.

Ao exame: Paciente em bom estado geral, fáscies de dor, taquicárdica, afebril. Massa inflamatória em região vestibular à esquerda, de cerca de 5 cm, intumescida, com flutuação, bastante dolorosa à palpação. Restante do exame físico sem alterações significativas.

Qual o diagnóstico e conduta?

Massa inflamatória, com flutuação, dolorosa em região vestibular da vagina é característica de abscesso da glândula vestibular maior, ou glândula de Bartholin. É um quadro benigno, comum em mulheres jovens, causado por infecção polimicrobiana (aeróbios e anaeróbios) secundária à obstrução do ducto da glândula de Bartholin.

O tratamento consiste primariamente na drenagem do abscesso, que pode ser feita ambulatorialmente ou no centro cirúrgico, a depender da extensão e da tolerância da paciente à manipulação. Pode ser necessário o uso de antibióticos com cobertura polimicrobiana caso haja sinais de celulite em tecidos circundantes. As principais escolhas são sulfametoxazol-trimetoprim, amoxicilina-clavulanato, cefalosporinas de segunda geração ou quinolonas como o ciprofloxacino.

Após a menopausa, os cistos e abscessos da glândula de Bartholin são raros e devem levantar suspeita de neoplasia. O carcinoma da glândula de Bartholin é bastante raro (0,1 casos a cada 100.000 mulheres); predominam os carcinomas escamosos ou adenocarcinomas. Em mulheres com mais de 40 anos de idade, é recomendada drenagem do cisto ou abscesso e biópsia dos sítios suspeitos a fim de excluir malignidade.

Veja outros casos:

Referências bibliográficas:

  • Hoffman et al – Ginecologia de Williams, 2a edição;
  • Berek & Novak – Tratado de Ginecologia, 15a edição.
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