Saber agir corretamente e agilmente na hemorragia puerperal é de extrema importância para evitar a morbidade e mortalidade materna. Por isso, devemos sempre nos atualizar em relação às medidas necessárias para prestar uma assistência materna de excelência.
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Atualização
Os autores realizaram uma revisão sistemática, através de referências bibliográficas pesquisadas nas bases de dados PubMed, Cochrane, SciELO e Lilacs. Eles identificaram 225 publicações, incluindo estudos randomizados, não randomizados, revisões sistemáticas e série de casos. Entre essas, foram selecionados 36 artigos que, somados a outras cinco publicações, compuseram a revisão publicada neste mês na revista Femina.
A eficácia geral dos balões intrauterinos (BIUs) foi de 85,9%, segundo os pesquisadores. Sendo que as maiores taxas de sucesso foram na atonia uterina (87,1%) e na placenta prévia (86,8%), enquanto as menores foram no espectro da placenta acreta (EPA) (66,7%) e na retenção placentária (76,8%). O sucesso foi maior na via de parto vaginal (87%) do que na cesariana (81,7%). Importante ressaltar que as contraindicações incluem: alergia aos componentes do dispositivo, anomalias uterinas, roturas uterinas e/ou lacerações do trajeto, persistência de material ovular e infecção uterina.
Os BIUs têm um bom custo-benefício, além de serem uma resposta rápida, é de fácil treinamento. Os passos para o uso do BIU após o parto vaginal incluem, sequencialmente, antissepsia, sondagem vesical de demora, exposição (valvas) e pinçamento cervical, inserção do balão (manual ou com pinças; guiada ou não com ultrassonografia), fixação vaginal (compressas, sutura, clip ou pinça), infusão, antibioticoprofilaxia e ocitocina de manutenção. Nas cesáreas, as particularidades restringem-se às dificuldades para inserção do dispositivo e ao volume reduzido de infusão.
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A remoção do balão deve ocorrer após estabilidade hemodinâmica e controle da hemorragia puerperal. Deve ser realizada preferencialmente de dia, com a paciente em jejum e sala cirúrgica disponível. O esvaziamento deve ocorrer por etapas (100 mL a cada 15 minutos) ou não, seguido da retirada das compressas vaginais e do balão. Ocitocina endovenosa (20 unidades em 500 mL de solução salina; gotejamento a 67,5 mL/hora) deve ser infundida simultaneamente. Diante da recidiva hemorrágica, o balão deve ser reinfundido e a paciente, submetida a tratamento cirúrgico.
Mensagem final
Vale a pena ressaltar que os BIUs artesanais obtiveram taxa de sucesso superior ao BIU industrializado, de modo que podemos utilizar com segurança o BIU artesanal.
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