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Ginecologia e Obstetrícia27 dezembro 2022

Reparo de ruptura uterina após parto vaginal: laparoscopia ou laparotomia?

Artigo analisou se o reparo de ruptura uterina após parto vaginal seria melhor por laparoscopia ou por laparotomia?

A cirurgia minimamente invasiva traz inúmeros benefícios para o paciente, como: menor tempo de internação e menor morbidade. Contudo, nem sempre ela é indicada, em alguns momentos o mais seguro para a paciente é a tradicional laparotomia.

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Reparo de ruptura uterina após parto vaginal: laparoscopia ou laparotomia?

Análise recente sobre reparo de ruptura uterina

Em novembro de 2022, foi publicado um artigo no International Journal of Gynecology and Obstetrics com o objetivo de comparar os dados operatórios e a satisfação do paciente entre laparotomia e laparoscopia para ruptura uterina diagnosticada no pós-parto. Neste estudo de coorte baseado em questionário, os pesquisadores coletaram todos os casos de ruptura uterina pós-parto diagnosticada após parto vaginal, entre 2016 e 2020 em um único centro acadêmico terciário. A coorte foi dividida de acordo com o método cirúrgico de reparo; dados demográficos, clínicos, operatórios e pós-operatórios foram coletados e comparados entre os grupos.

Os resultados obtidos pelos autores foram os seguintes:

  • Oito casos de ruptura uterina pós parto vaginal foram tratados por laparoscopia e oito por laparotomia.
  • O tempo operatório médio foi de 103 (IQR 86,3-129,0) minutos para o grupo de laparoscopia e 61 (IQR 59,0-75,0) minutos para o grupo de laparotomia (p=0,04).
  • A transfusão de sangue foi necessária em 25% das mulheres submetidas à laparoscopia, em comparação com 88% das mulheres submetidas à laparotomia (p=0,01 < 0,05).
  • O tempo médio de internação foi de 3 (IQR 3-4) dias no grupo de laparoscopia e 4 (IQR 4-4) dias no grupo de laparotomia (p=0,2).
  • Satisfação geral, satisfação com a recuperação, satisfação com as cicatrizes, satisfação com a capacidade de cuidar do neonato e dor e humor pós-operatório foi melhor no grupo de laparoscopia, em comparação com o grupo de laparotomia.

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Após a análise dos resultados, os pesquisadores concluíram que a cirurgia minimamente invasiva é uma opção cirúrgica viável para pacientes com ruptura uterina diagnosticada após parto vaginal, podendo resultar em melhor recuperação e satisfação da paciente. Contudo, é necessário uma equipe experiente para realizar esse procedimento em um momento de urgência.

Autoria

Foto de Letícia Suzano Lelis Bellusci

Letícia Suzano Lelis Bellusci

Graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano ⦁ Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente ⦁ Especialização em Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês ⦁ Especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia em Saúde ⦁ Especialização em andamento em Medicina fetal pela Fetus

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