A cardiotocografia é muito utilizada para avaliação do bem-estar fetal, contudo sua efetividade em reduzir mortalidade e morbidade fetal é controversa, afinal sua interpretação é subjetiva e dependente do profissional que avalia o exame.
Em novembro de 2022 foi publicado um artigo com objetivo de avaliar a associação entre a variabilidade acentuada da frequência cardíaca fetal e acidose neonatal.
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Métodos
Os pesquisadores realizaram um estudo de coorte prospectivo bicêntrico e a população do estudo foram mulheres em trabalho de parto a partir de 37 semanas, com monitorização contínua da FCF até a entrega e disponibilidade do pH do sangue arterial umbilical.
Resultados
De acordo com os autores do artigo, entre as 4.394 mulheres incluídas, 177 (4%) apresentaram variabilidade acentuada na frequência cardíaca fetal nos 60 minutos antes do parto, e a acidose ocorreu em 6,0% (265/4394) dos neonatos. Dentro da análise multivariada, a variabilidade acentuada foi significativamente associada com acidose neonatal (risco relativo ajustado 2,30, intervalo de confiança de 95% 1,53–3,44).
Conclusão e mensagem prática sobre variabilidade da frequência cardíaca fetal
Os pesquisadores concluíram que a variabilidade acentuada foi associada a um risco duas vezes maior de acidose neonatal. Contudo, a subjetividade da interpretação da cardiotocografia permanece, sendo um viés importante deste artigo.
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