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Ginecologia e Obstetrícia1 abril 2022

Anti-hipertensivos orais para gestantes com doença hipertensiva específica da gestação leve

As consequências da doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) também aumentam a morbidade das gestantes e dos recém-nascidos.

A hipertensão arterial durante a gestação é a principal causa de mortalidade materna, além de ser um dos principais responsáveis pela mortalidade neonatal. As consequências da doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) também aumentam a morbidade das gestantes e dos recém nascidos, afinal muitos nascem prematuros. Por estes motivos, fetólogos e obstetras de todo mundo vêm se dedicando a este tema para prestar uma boa assistência durante o pré-natal de alto risco.

Leia também: Uso de anti-hipertensivos está associado com menor risco na pré-eclâmpsia

para gestantes com doença hipertensiva específica da gestação leve

Análise recente

Em março de 2022, foi publicado um artigo na revista Hypertension, da American Heart Association, com o objetivo de abordar quais anti-hipertensivos são superiores ao placebo ou outro anti-hipertensivo para controlar a DHEG leve. Ensaios randomizados de anti-hipertensivos para DHEG leve foram identificados a partir de bancos de dados eletrônicos on-line, até 28 de fevereiro de 2021. Os desfechos foram hipertensão grave, proteinúria/pré-eclâmpsia, óbito fetal/recém-nascido, bebês pequenos para a idade gestacional, parto prematuro e internação em cuidados neonatais. Um modelo Bayesiano de efeitos aleatórios gerou estimativas de comparações diretas e indiretas de tratamento.

Saiba mais: Podemos reduzir a incidência de morte associada a doenças hipertensivas na gravidez?

Todos os anti-hipertensivos comumente prescritos (labetalol, outros betabloqueadores, metildopa, bloqueadores dos canais de cálcio e terapia mista/multimedicamentosa) versus placebo reduziram o risco de hipertensão grave em 30% a 70%. O labetalol diminuiu a proteinúria/pré-eclâmpsia (razão de chances, 0,73 [intervalo de credibilidade de 95%, 0,54-0,99]) e morte fetal/recém-nascido (razão de chances, 0,54 [0,30-0,98]) em comparação com placebo/sem terapia e proteinúria/pré-eclâmpsia em comparação com metildopa (odds ratio, 0,66 [0,44-0,99]) e bloqueadores dos canais de cálcio (odds ratio, 0,63 [0,41-0,96]). Não foram identificadas outras diferenças, mas os intervalos confiáveis ​​foram amplos. A análise sequencial do estudo indicou que 2.500 a 10.000 mulheres/braço (hipertensão grave ou desfechos de segurança) a > 15.000/braço (morte fetal/neonatal) seriam necessárias para fornecer evidências definitivas.

Conclusão

A conclusão dos autores desta revisão sistemática e metanálise foi de que todos os anti-hipertensivos comumente prescritos na gravidez reduzem o risco de hipertensão grave, mas o labetalol também pode diminuir a proteinúria/pré-eclâmpsia e a morte fetal/neonatal. Faltam evidências para muitos outros resultados de segurança. Tamanhos maiores de amostra são necessárias para evidência definitiva e para podermos individualizar o atendimento da gestante com doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) leve.

Autoria

Foto de Letícia Suzano Lelis Bellusci

Letícia Suzano Lelis Bellusci

Graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano ⦁ Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente ⦁ Especialização em Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês ⦁ Especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia em Saúde ⦁ Especialização em andamento em Medicina fetal pela Fetus

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Referências bibliográficas

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