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Ginecologia e Obstetrícia12 setembro 2022

Alteração do doppler de artéria uterina no segundo trimestre associado com o risco de pré-eclâmpsia

Estudo recente analisou as anormalidades dos índices doppler da artéria uterina de 21 a 23 semanas e a correlação com risco de pré-eclâmpsia.

A pré-eclâmpsia (PE) e eclampsia são morbidades obstétricas com prevalência estimada de 2% a 8% e são responsáveis por 10% a 15% da mortalidade materna. A patogênese da PE envolve uma placentação inadequada associada a uma invasão trofoblástica deficitária.

O estudo ultrassonográfico doppler da artéria uterina permite uma avaliação não invasiva da função vascular placentária através da obtenção dos índices de resistência (IR) e de pulsatilidade (IP) e observação da incisura protodiastólica, permitindo a predição e diagnóstico de morbidades obstétricas. Entretanto não há consenso sobre a magnitude da avaliação dos índices dopplervelocimétricos da artéria uterina na predição de pré-eclâmpsia.

Leia também: Combinação da avaliação doppler e líquido amniótico para predição de desfechos perinatais adversos na restrição de crescimento intrauterino

Alteração do doppler de artéria uterina no segundo trimestre associado com o risco de pré-eclâmpsia

Análise recente sobre o risco de pré-eclâmpsia

Assim um artigo Chinês publicado recentemente no International Journal of Gynecology and Obstetrics objetivou estimar a faixa de normalidade dos índices doppler da artéria uterina de 21 a 23 semanas e a correlação de suas anormalidades com risco de pré-eclâmpsia.

Foram analisados dados de 8.750 nascidos vivos de 2017 a 2019. Foram obtidos dados do pré-natal, ultrassonográficos e do parto. Dentre esses casos, 447 (5%) tiveram diagnóstico de PE.

Os dados para avaliação do doppler de artéria uterina foram: índice de pulsatilidade (IP), índice de resistência (IR) e presença de incisura protodiastólica. Foram considerados alterados os índices maiores que 95%. Para o estudo da associação com PE foram criados modelos de regressão logística.

Achados e conclusão

O estudo construiu uma tabela de normalidade para IR e IP da artéria uterina nas idades gestacionais de 21, 22 e 23 semanas, a partir de dados de gestações sem morbidades e estabeleceu percentis de normalidade.

Saiba mais: O que é adenomiose uterina?

Comparado com resultados normais, o IP unilateral > p95 (OR=2,3, IC95%: 1,71-3,10), IP bilateral > p95 (OR=6,21, IC95%: 3,53–10,95), IR unilateral > p95 (OR =2,36, IC95%: 1,75 – 3,17), IR bilateral > p85 (OR =2,83, IC95%: 1,27 – 6,32), incisura protodiastólica unilateral (OR=3,66, IC95%: 2,03 – 6,62) e bilateral (OR=5,80, IC95%: 3,30 – 10,20) estavam associados à PE.  Para cada aumento de 0,1 no múltiplo da mediana do IP médio o risco de PE aumentou 13%, enquanto o mesmo aumento do IR aumentou o risco de PE em 22%.

A conclusão do artigo vai de encontro com outros trabalhos publicados anteriormente, de que valores alterados de índices dopplervelocimétricos da artéria uterina obtidos no segundo trimestre estão associados com o desenvolvimento de PE, juntamente com o achado de incisura protodiastólica. Os achados bilaterais, artérias uterinas direita e esquerda, alterados possuem melhor predição e um boa ferramenta é a avaliação através de múltiplos da mediana desses índices.

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Referências bibliográficas

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