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Ginecologia e Obstetrícia29 novembro 2022

Aderência intrauterina após miomectomia histeroscópica de miomas submucosos

Um artigo avaliou a frequência de aderências intrauterinas (AIU) após miomectomia histeroscópica. Veja os detalhes.

Uma das complicações temidas da miomectomia histeroscópica é a ocorrência de aderência intrauterina. Sendo que na maioria das vezes esse procedimento é realizado em pacientes que querem preservar a fertilidade, e esta condição pode levar a infertilidade. Qual é o risco real de aderência intrauterina nas pacientes submetidas a histeroscopia para miomectomia? 

Em novembro de 2022 foi publicado um artigo no Journal of Obstetrics and Gynecology Research, com o objetivo de avaliar a frequência de aderências intrauterinas (AIU) após miomectomia histeroscópica e analisar a associação de AIU com a localização de miomas submucosos e o uso de barreira pós-operatória (BPO).

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Métodos 

Os pesquisadores realizaram miomectomia histeroscópica em 217 pacientes com miomas submucosos. A investigação retrospectiva foi realizada e os casos foram divididos em três grupos: casos com miomas submucosos solitários (grupo 1), casos com miomas submucosos opostos (grupo 2) e casos com miomas submucosos distantes ou não em oposição entre si (grupo 3). Como BPO, foi utilizado um dispositivo intrauterino com celulose regenerada oxidada e uma folha de silicone foi inserida imediatamente após a cirurgia. 

Resultados 

Os resultados encontrados pelos pesquisadores foram os seguintes:  

  • A formação de AIU após miomectomia histeroscópica foi mais frequente no grupo 2 do que nos grupos 1 e 3 (p = 0,03 e 0,01, respectivamente), apesar das taxas mais altas de uso de BPO (p = 0,02).  
  • Não houve diferença significativa na formação de IUA em casos com BPO entre cada grupo (p = 0,06 e 0,21, respectivamente). Mas nos casos sem BPO, o grupo 2 apresentou taxas mais altas de formação de IUA do que o grupo 1 (p = 0,04) e o grupo 3 (p = 0,03).  
  • A análise multivariada para formação de IUA demonstrou que miomas opostos foram um fator de risco de IUA ([HR] = 27,9, p < 0,01), e o uso de BPO foi um fator prognóstico para redução da formação de IUA (HR = 0,08, p < 0,01 ).

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Conclusão e mensagem prática 

De acordo com os autores, os miomas em oposição parecem ser um fator de risco para a formação de IUA, e o uso de BPO pode estar associado à prevenção da formação de AIU após miomectomia histeroscópica. Sendo assim, as pacientes que desejam gestar, devem ser orientadas quanto a esse risco, principalmente as pacientes com miomas em oposição. Além disso, devemos pensar em um método de barreira, como um SIU que diminua o risco de IUA.

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Referências bibliográficas

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