A perda sanguínea durante a cesariana é maior quando comparada ao parto vaginal, por isso medidas para diminuir a perda sanguínea, transfusões, aumento dos dias de internação hospitalar e hemorragia puerperal são necessárias.
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Em abril de 2023, foi publicado um artigo no The New England Journal of Medicine, com o objetivo de avaliar o uso de ácido tranexâmico para prevenir hemorragia obstétrica após parto cesáreo. Os pesquisadores randomizaram gestantes submetidas à cesárea em 31 hospitais norte-americanos: as pacientes receberam ou ácido tranexâmico ou placebo após o clampeamento do cordão umbilical.
Principais resultados do ácido tranexâmico na prevenção da hemorragia obstétrica
Os autores randomizaram um total de 11.000 participantes (5.529 para o grupo ácido tranexâmico e 5.471 para o grupo placebo). Morte materna ou necessidade de transfusão sanguínea ocorreu em 201 de 5.525 participantes (3,6%) no grupo ácido tranexâmico e em 233 de 5.470 (4,3%) no grupo placebo (risco relativo ajustado, 0,89; intervalo de confiança [IC] de 95,26%, 0,74 a 1,07; P=0,19).
A perda sanguínea intraoperatória estimada de mais de 1 litro ocorreu em 7,3% dos participantes no grupo ácido tranexâmico e em 8,0% no grupo placebo (risco relativo, 0,91; IC 95%, 0,79 a 1,05). Já as intervenções para complicações hemorrágicas ocorreram em 16,1% das participantes do grupo ácido tranexâmico e em 18,0% do grupo placebo (risco relativo, 0,90; IC 95%, 0,82 a 0,97).
A mudança no nível de hemoglobina foi de -1,8 g por decilitro e -1,9 g por decilitro, respectivamente (diferença média, -0,1 g por decilitro; 95% CI, -0,2 a -0,1); e as complicações infecciosas pós-parto ocorreram em 3,2% e 2,5% das participantes, respectivamente (risco relativo, 1,28; IC 95%, 1,02 a 1,61).
Mensagem final
De acordo com os pesquisadores, as frequências de eventos tromboembólicos e outros eventos adversos foram semelhantes nos dois grupos. A partir desses resultados, os autores concluíram que o uso profilático de ácido tranexâmico não diminui o risco de hemorragia no parto cesáreo, não devendo ser utilizado para profilaxia.
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