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Ginecologia e Obstetrícia1 maio 2023

Ácido tranexâmico para prevenir hemorragia obstétrica após parto cesáreo

A prevenção da hemorragia puerperal é de suma importância, visto que é a segunda maior causa de morte obstétrica no mundo.

A perda sanguínea durante a cesariana é maior quando comparada ao parto vaginal, por isso medidas para diminuir a perda sanguínea, transfusões, aumento dos dias de internação hospitalar e hemorragia puerperal são necessárias.

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Em abril de 2023, foi publicado um artigo no The New England Journal of Medicine, com o objetivo de avaliar o uso de ácido tranexâmico para prevenir hemorragia obstétrica após parto cesáreo. Os pesquisadores randomizaram gestantes submetidas à cesárea em 31 hospitais norte-americanos: as pacientes receberam ou ácido tranexâmico ou placebo após o clampeamento do cordão umbilical.

Ácido tranexâmico para prevenir hemorragia obstétrica após parto cesáreo

Principais resultados do ácido tranexâmico na prevenção da hemorragia obstétrica

Os autores randomizaram um total de 11.000 participantes (5.529 para o grupo ácido tranexâmico e 5.471 para o grupo placebo). Morte materna ou necessidade de transfusão sanguínea ocorreu em 201 de 5.525 participantes (3,6%) no grupo ácido tranexâmico e em 233 de 5.470 (4,3%) no grupo placebo (risco relativo ajustado, 0,89; intervalo de confiança [IC] de 95,26%, 0,74 a 1,07; P=0,19).

A perda sanguínea intraoperatória estimada de mais de 1 litro ocorreu em 7,3% dos participantes no grupo ácido tranexâmico e em 8,0% no grupo placebo (risco relativo, 0,91; IC 95%, 0,79 a 1,05). Já as intervenções para complicações hemorrágicas ocorreram em 16,1% das participantes do grupo ácido tranexâmico e em 18,0% do grupo placebo (risco relativo, 0,90; IC 95%, 0,82 a 0,97).

A mudança no nível de hemoglobina foi de -1,8 g por decilitro e -1,9 g por decilitro, respectivamente (diferença média, -0,1 g por decilitro; 95% CI, -0,2 a -0,1); e as complicações infecciosas pós-parto ocorreram em 3,2% e 2,5% das participantes, respectivamente (risco relativo, 1,28; IC 95%, 1,02 a 1,61).

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Mensagem final

De acordo com os pesquisadores, as frequências de eventos tromboembólicos e outros eventos adversos foram semelhantes nos dois grupos. A partir desses resultados, os autores concluíram que o uso profilático de ácido tranexâmico não diminui o risco de hemorragia no parto cesáreo, não devendo ser utilizado para profilaxia.

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Referências bibliográficas

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