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Dermatologia8 dezembro 2025

Uso da dermatoscopia UV na avaliação de outras lesões dermatológicas 

Neste artigo apresentamos aplicações da dermatoscopia por fluorescência ultravioleta (DUV) em algumas doenças na dermatologia

A dermatoscopia por fluorescência ultravioleta (DUV) também possui aplicações para outras doenças na dermatologia, como as dermatoses inflamatórias, autoimunes e não neoplásicas, contribuindo para o reconhecimento de padrões antes pouco evidentes, aumentado a acurácia diagnóstica. 

Psoríase

Na psoríase, estudos recentes demostraram fluorescência vermelha nas placas, atribuída à protoporfirina IX, além da fluorescência azul-esverdeada da queratina e pontos hemorrágicos escuros relacionados à hemoglobina. A fluorescência vermelha intensa nas placas é principalmente relatada nas formas gutata e invertida, o que ajuda a diferenciar de eritrasma, por exemplo. Na forma ungueal, foram identificadas alterações fluorescentes correspondentes à onicólise e ao desmoronamento ungueal. Além disso, a fluorescência vermelha intensa, principalmente em lesões avançadas, parece correlacionar-se com a atividade inflamatória e gravidade da doença. 

Vitiligo

No vitiligo, a DUV mostrou desempenho superior à dermatoscopia com luz polarizada (DLP) na discriminação de diferentes estágios da doença. A ausência de melanina gera fluorescência azul-branca intensa, facilitando a identificação de áreas despigmentadas. Lesões progressivas podem exibir bordas borradas e pigmentação perifolicular residual. Já os casos estáveis, mostram margens mais nítidas, com melhor demarcação e despigmentação perifolicular regular. As lesões em repigmentação podem revelar reservatórios de pigmento, eritema e telangiectasias. A DUV também contribui para realçar zonas de transição entre as áreas pigmentadas e despigmentadas, características que podem ser difíceis de visualizar em pacientes de fototipo mais baixo com a dermatoscopia tradicional. Esses achados também contribuem na diferenciação com outras causas de hipopigmentação. 

DUV em outras condições

Outras condições dermatológicas também podem apresentar padrões característicos. Nos grânulos de Fordyce, foram observados pontos fluorescentes brilhantes. No líquen plano, áreas eritematosas apareceram ampliadas e mais escuras. Já as pápulas perláceas do pênis, em contrapartida, não exibiram fluorescência. E na poroceratose, um achado particularmente marcante foi evidenciado: um colar periférico de queratina altamente fluorescente, descrito como aparência de “colar de diamante”, permitindo um diagnóstico mais rápido. 

Desse modo, a DUV tem se consolidado como uma ferramenta complementar na dermatologia, com capacidade de realçar padrões fluorescentes específicos e melhor diferenciação entre dermatoses inflamatórias, infecciosas e neoplásicas, além de auxiliar na avaliação de atividade e no monitoramento terapêutico.

Autoria

Foto de Marselle Codeço Barreto

Marselle Codeço Barreto

Médica pela Faculdade de Medicina Souza Marques e Dermatologista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Preceptora de Dermatologia e Dermatoscopia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF-UFRJ). Possui Título de Especialista em Dermatologia e é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) e International Dermoscopy Society (IDS).

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