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Dermatologia6 novembro 2025

Caso clínico: Lesões no colo de paciente imunossuprimido 

Paciente em tratamento com Pembrolizumabe, apresentando manchas brancas no colo tratadas por 3 meses, mas evoluindo com piora das lesões
Por Mariana Santino

Paciente de 72 anos com histórico de melanoma estágio IV, em tratamento com Pembrolizumabe, refere surgimento de manchas brancas no colo tratadas com tacrolimo tópico por 3 meses, evoluindo com piora das lesões. Ao exame, manchas hipocrômicas, algumas com bordas eritematosas descamativas e circinadas, além de pápulas eritematosas (Figura). 

 

Qual sua hipótese diagnóstica para as lesões?   

Foi realizada biópsia da borda das lesões, o que evidenciou hifas na camada córnea, melhor visualizadas pela coloração PAS. Somado à clínica, foi diagnosticado tinea corporis, infecção cutânea superficial que acomete a pele glabra, causada por fungos dermatófitos.  

O que é e como tratar?  

A tinea corporis é causada por fungos dermatófitos, que são filamentosos, metabolizam queratina, invadem e se multiplicam em tecidos queratinizados, como a pele. Seu principal agente é o Trichophyton rubrum.  

Seu quadro clínico é composto por pápulas e placas isoladas ou confluentes com bordas ativas (eritema, escamas, pápulas, pústulas, vesículas, fissuras e erosões) e clareamento central, a partir de um crescimento centrífugo. Pode ter aspecto anular, arqueado, circinado ou oval. Ocorre mais comumente no tronco e extremidades e pode ter prurido ou queimação associada. Quando em dobras da pele é chamada de tinea cruris.  

Entre seus fatores de risco está a imunossupressão — como o caso do paciente em questão — além de clima quente e úmido, hiperidrose, desnutrição e contato com objetos, pessoas ou animais contaminados.  

O diagnóstico pode ser dado principalmente pelo exame micológico direto e cultura para fungos. O exame histopatológico pode ajudar em casos de dúvida diagnóstica.  

Seu tratamento em geral é realizado com antifúngico tópico. Em casos extensos, com presença de pápulas e pústulas ou, ainda, quadros recalcitrantes, pode-se associar o antifúngico oral ao tratamento.

Autoria

Foto de Mariana Santino

Mariana Santino

Médica pela Universidade Federal Fluminense (UFF)  • Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  • Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia

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