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Oncologia12 agosto 2025

Pembrolizumabe com ou sem quimioterapia em carcinoma de células escamosas

Por Lethícia Prado

O melhor tratamento para carcinoma espinocelular recorrente ou metastático de cabeça e pescoço é uma pergunta que tem sido abordada em diversos estudos da área da oncologia. No que se trata ao uso do pembrolizumabe e do cetuximabe, por exemplo, estudos como o KEYNOTE e o EXTREME trouxeram conclusões interessantes para a prática. Pensando num follow up do uso do pembrolizumabe, foi publicado recentemente o KEYNOTE-048 na European Journal of Cancer. 

Métodos 

O KEYNOTE-048 foi estudo aberto, randomizado, de fase III, conduzido em 200 instituições e 37 países, que avaliou pacientes com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço recorrente ou metastático e comparou os pacientes quanto ao tratamento com pembrolizumabe isolado, pembrolizumabe associado a quimioterapia com platina e 5-fluorouracil, ou quimioterapia em associação com cetuximabe.  

Foram elegíveis 882 pacientes com idade maior ou igual a 18 anos, ECOG PS 0 ou 1 com diagnóstico de carcinoma de células escamosas recorrente ou metastático sem tratamento prévio de orofaringe, cavidade oral, hipofaringe ou laringe. 

Os participantes foram randomizados na proporção 1:1:1 e tratados com pembrolizumabe a cada três semanas, pembrolizumabe associado a seis ciclos de cisplatina/carboplatina e 5-fluorouracil ou cetuximabe com seis ciclos do mesmo esquema quimioterápico. Após os seis ciclos, os pacientes poderiam seguir com cetuximabe até progressão ou intolerância. No grupo com pembrolizumabe, a imunoterapia foi realizada por 35 ciclos ou até progressão ou toxicidade. 

Os end points primários foram sobrevida global e sobrevida livre de progressão e os end points secundários abrangiam taxa de resposta e segurança. Os dados foram avaliados levando-se em consideração o status de PD-L1 e ECOG PS. 

No grupo com PD-L1 positivo houve benefício mantido em sobrevida global tanto nos pacientes que fizeram pembrolizumabe isolado quanto naqueles que o fizeram associado a quimioterapia. Pacientes que receberam tratamento com pembrolizumabe associado a quimioterapia obtiveram benefício independente do status de PD-L1. 

Saiba mais: Desfechos do uso de terapia adjuvante para tratar carcinoma de células renais

Conclusão 

O estudo concluiu que o tratamento com pembrolizumabe trouxe ganho em sobrevida global quando comparado a quimioterapia associada a cetuximabe naqueles pacientes com tumores com expressão de PD-L1. 

Mensagem prática 

Esse trabalho reporta os dados do estudo KEYNOTE -048 após cinco anos de follow up, destacando que, após esse período, a utilização de pembrolizumabe em monoterapia ou associado a quimioterapia seguiu mostrando benefício quando comparado ao grupo tratado com cetuximabe e quimioterapia, independente do status de PD-L1. De forma geral, pembrolizumabe isolado foi capaz de prolongar a sobrevida global nos pacientes com PD-L1 CPS ≥20 e CPS ≥1 enquanto a associação com quimioterapia trouxe benefício para a população total do estudo.  

Quanto à sobrevida livre de progressão, houve benefício semelhante entre os grupos de tratamento. Os autores destacaram também que uma das grandes limitações desse estudo foi o fato de ter sido aberto.  

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Referências bibliográficas

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