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Dermatologia30 setembro 2022

Tinea cruris: sintomas, diagnósticos diferenciais e tratamento

A tinea cruris é uma infecção causada por fungos na região genital. Neste artigo, saiba mais sobre etiologia, diagnóstico e tratamentos.

Por Gabriela Aquino

Tinea cruris é uma infecção fúngica da área genital, púbica, perineal e perianal. Essas regiões são ambientes propícios devido à sudorese, maceração, uso de roupas oclusivas e pH alcalino.

Fatores genéticos, diabetes mellitus, imunodeficiências e higiene inadequada também estão relacionados. É uma dermatose comum que afeta até 25% da população mundial, sendo ainda mais prevalente em países tropicais devido à alta temperatura e umidade.

Leia também: Quais infecções dermatológicas devem ser abordadas na atenção primária?

Características

Os agentes causadores são fungos dermatófitos pertencentes a três gêneros: Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum. Trichophyton rubrum continua sendo o agente mais isolado em todo o mundo, mas há uma crescente prevalência de outras espécies como Trichophyton mentagrophytes.

A depender da espécie, os fungos podem ser transmitidos pelo solo, animais ou humanos (geofílicos, zoofílicos ou antropofílicos, respectivamente). A autoinfecção de dermatófitos é muito importante na transmissão e persistência da tinea cruris, sendo frequente a disseminação do pé para a virilha.

Sintomas e diagnóstico

Clinicamente manifesta-se através de placas eritematosas e descamativas com prurido associado. Apresenta aspecto anular com borda elevada e clareamento central. Na maioria dos casos o diagnóstico é clínico, mas em casos duvidosos ou resistentes podem ser utilizadas preparações de hidróxido de potássio (KOH), biópsia de pele com coloração de ácido periódico-Schiff (PAS) e culturas de fungos. 

O diagnóstico diferencial inclui candidíase, eritrasma, dermatite de contato, dermatite seborreica e psoríase.

Tratamento e prognóstico 

O prognóstico é excelente, e pacientes submetidos ao tratamento adequado apresentam taxas de cura de até 90%. Os antifúngicos tópicos são eficazes e costumam ser a primeira escolha, sendo utilizados as alilaminas (terbinafina, naftifina, butenafina) e azólicos (cetoconazol, miconazol, fenticonazol) , uma a duas vezes ao dia por quatro a seis semanas. A nistatina, (frequentemente utilizada em candidíases) é ineficaz nas dermatofitoses como tinea cruris.

A escolha deve considerar a adesão do paciente, custo e acessibilidade à medicação, pois não há estudos suficientes que comparem a eficácia dos vários medicamentos disponíveis. As alilaminas têm ums posologia melhor e taxas de recaída menores. Os azólicos tem custo menor, mas geralmente necessitam de um tempo de tratamento maior.

O uso combinado de corticóides tópicos e antifúngicos continua controverso. Embora os esteroides possam melhorar a inflamação e prurido, eles também podem fortalecer as membranas plasmáticas dos dermatófitos e favorecer a resistência ao tratamento.

As medicações orais são indicadas para lesões recorrentes, extensas e em pacientes imunocomprometidos. Terbinafina e itraconazol são os mais prescritos. O fluconazol, apesar de eficaz, não é preferido devido à duração prolongada do tratamento.

A griseofulvina também tem limitações de duração semelhantes às do fluconazol e é mais adequada para a tinea capitis. Devido ao risco de hepatotoxicidade, o cetoconazol oral não é mais recomendado. Antifúngicos tópicas podem ser usadas como adjuvantes. 

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Referências bibliográficas

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