A Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou a aplicação de uma terceira dose de duas vacinas contra Covid-19, Pfizer e Moderna, em pacientes imunossuprimidos e naqueles transplantados. Segundo a agência, as outras pessoas já estão completamente protegidas com duas doses, por isso não necessitariam da terceira.
Segundo a comissária da FDA, Janet Woodcock, diante da nova onda de Covid-19 que acomete o país, a agência realizou uma revisão dos dados e concluiu que este grupo poderia se beneficiar de uma dose extra. “A ação de hoje permite aos médicos aumentar a imunidade em certos indivíduos imunocomprometidos que precisam de proteção extra. […] Outros indivíduos que estão totalmente vacinados estão adequadamente protegidos e não precisam de uma dose adicional neste momento”, declarou.
Pacientes imunossuprimidos
A definição desse grupo foi feita devido ao fato de que pessoas que possuem doenças autoimunes ou que realizaram transplante de órgãos sólidos possuem uma capacidade imunológica reduzida, o que dificulta no combate a infecções, como a Covid-19, e algumas outras doenças.
Mesmo após a dose extra, a FDA recomenda que mantenham as precauções necessárias, como ambientes ventilados, uso de máscaras e distanciamento social. Além disso, ressalta que os contatos próximos dessas pessoas devem estar vacinados com as duas doses.
Leia também: Covid-19: a testagem pós-vacinal pode ser considerada uma “bobagem”?
A agência ainda orienta que, em caso de exposição ao vírus, esses pacientes (desde que com 12 anos ou mais pesando pelo menos 40 kg) procurem opções de tratamentos com anticorpos monoclonais com seus médicos.
A autorização foi feita para as duas vacinas que usam tecnologia de RNA mensageiro: a da Pfizer e a da Moderna. A primeira está autorizada nos EUA para pessoas a partir de 12 anos e a segunda, a partir de 18 anos. A terceira dose deve ser administrada pelo menos 28 dias após a segunda, com a mesma vacina.
3ª dose de vacina contra Covid-19 no Brasil
No Brasil, ainda não há autorização para uma dose extra em nenhuma população. Neste momento, o foco principal é vacinar o máximo de pessoas, sendo que para pessoas acima de 12 anos só a Pfizer está autorizada.
Apesar disso, dois estudos já foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar uma dose de reforço. O primeiro deles foi da Pfizer, que está investigando os efeitos, a segurança e o benefício de uma dose adicional de sua vacina após, pelo menos, seis meses da segunda dose.
Já o segundo é o da AstraZeneca, que está testando uma nova versão de sua vacina em pessoas que já foram imunizadas com duas doses da mesma ou da vacina da Pfizer.
Segundo a agência, porém, “não há estudos conclusivos sobre a necessidade de uma terceira dose ou dose de reforço para as vacinas contra Covid-19 autorizadas no Brasil”.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- Coronavirus (COVID-19) Update: FDA Authorizes Additional Vaccine Dose for Certain Immunocompromised Individuals. FDA. August 12, 2021. https://www.fda.gov/news-events/press-announcements/coronavirus-covid-19-update-fda-authorizes-additional-vaccine-dose-certain-immunocompromised
- Nota da Anvisa: aplicação de terceira dose ou dose de reforço. Portal Anvisa. 14 de julho de 2021. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/nota-anvisa-aplicacao-de-terceira-dose-ou-dose-de-reforco
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.