A sessão hemodinâmica do segundo dia do congresso da Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (ABRAMEDE 2021) trouxe, entre outros tópicos interessantes, a abordagem do uso de trombolíticos em pacientes com embolia pulmonar, em apresentação do Dr° Dario Gracia.
Embolia pulmonar
O palestrante chamou a atenção para o elevado índice de ocorrência de eventos tromboembólicos, sobretudo nos pacientes com formas graves de Covid-19. Em algumas casuísticas, chegando a 30% dos casos encontrados como causa de óbito em autópsias. Isso gera a necessidade de alto grau de suspeição e sempre tendo à mão quando possível, uma avaliação ecocardiográfica adequada.
Relembrou ainda a classificação de gravidade:
- Leve: TEP sem disfunção de VD;
- Moderada: TEP com disfunção de VD, mas sem instabilidade hemodinâmica;
- Grave: TEP com disfunção de VD e instabilidade hemodinâmica.
Um ponto interessante foi o uso da troponina como marcador de severidade e de risco aumentado para desfecho negativo na evolução dos casos.
Quanto ao diagnóstico, o ideal seria ter a possibilidade de usar a angiotomografia de tórax com a realização do protocolo TEP, porém em alguns casos, pela gravidade elevada dos pacientes, o alto grau de suspeição clínica, associado ao uso de escores de risco e da ecocardiografia, podem ser decisivos na tomada de condutas que possam salvar vidas.
Em relação ao uso do trombolítico, hoje não há muitas dúvidas em relação aos benefícios do seu uso. É amplamente documentado que nos casos graves, ou seja, com instabilidade hemodinâmica, o uso de trombolítico é indicado com consistente benefício da redução de mortalidade, apesar do evidente risco aumentado de eventos hemorrágicos, que podem ser estratificados com escores já bem consolidados na literatura.
Deve-se sempre lembrar ainda, das contraindicações formais para o uso do trombolítico sistêmico, que quando presentes, demanda abordagens alternativas como a trombectomia mecânica endovascular ou aberta.
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