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Ginecologia e Obstetrícia3 julho 2023

Síndrome de Asherman após embolização da artéria uterina

Artigo avaliou a gravidade das aderências intrauterinas (AIU) após a embolização da artéria uterina.

A embolização da artéria uterina é um procedimento que tem o objetivo de diminuir a nutrição uterina para resolver ou amenizar patologias benignas desse órgão. É amplamente utilizado em pacientes com miomas e adenomiose que desejam preservar útero e apresentam complicações decorrentes da miomatose uterina. Contudo, esse procedimento tem um risco de causar Síndrome de Asherman, necessitando de histeroscopia para sua resolução.

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Síndrome de Asherman após embolização da artéria uterina

Novo estudo

Em junho de 2023 foi publicado um artigo no Journal of Minimally Invasive Gynecology, com o objetivo de estudar a gravidade das aderências intrauterinas (AIU) após a embolização arterial uterina e avaliar a fertilidade, a gravidez e os resultados obstétricos após o tratamento histeroscópico.

Métodos

Os pesquisadores realizaram um estudo de coorte retrospectivo, utilizando dados de trinta e três pacientes com menos de 40 anos, tratadas por embolização da artéria uterina com micropartículas inabsorvíveis entre 2010 e 2020 para miomas sintomáticos ou adenomiose ou hemorragia pós-parto, em um hospital universitário francês.

Resultados

De acordo com os autores, das 33 pacientes, 81,8% apresentavam AIU grave (grau IV e V de acordo com a Sociedade Europeia de Endoscopia Ginecológica ou grau III de acordo com a classificação da sociedade americana de fertilidade). Para restaurar o potencial de fertilidade, uma média de 3,4 histeroscopias operatórias tiveram que ser realizadas [IC 95% (2,56–4,16)]. Porém, mesmo com a realização de histeroscopia, os autores relataram uma taxa muito baixa de gravidez (8/33, 24%). E os resultados obstétricos descritos são de 50% de parto prematuro e 62,5% de hemorragia no parto, em parte devido a 37,5% de placenta acreta. Além disso, também foram registrados 2 óbitos neonatais.

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Considerações e mensagem prática

A AIU após a embolização uterina é grave e mais difícil de tratar do que outras sinequias, provavelmente relacionada à necrose endometrial, levando a baixas taxas de gestação e desfechos obstétricos negativos. Os autores alertam que esses resultados devem chamar a atenção de ginecologistas e radiologistas para o uso indiscriminado de embolização arterial uterina em mulheres que desejam fertilidade futura. Afinal, para patologias como leiomiomatose uterina, podemos realizar miomectomia histeroscópica ou videolaparoscópica preservando tecido endometrial, com melhores taxas de gestação e melhores desfechos obstétricos.

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Referências bibliográficas

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