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Cirurgia22 agosto 2018

Placa Eletrocirúrgica: o que você precisa saber?

Os profissionais de saúde sabem da importância da placa eletrocirúrgica e/ou eletrodo de retorno, mas temos muito mais a nos preocupar quando na cirurgia.

Por Juliana Rocha

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A grande maioria dos profissionais de saúde sabe da importância da placa eletrocirúrgica e/ou eletrodo de retorno, para não causar efeitos indesejados ao paciente (o mais frequente é a queimadura), mas temos muito mais a nos preocupar para promover a segurança do paciente enquanto usamos o eletrodo de retorno no ato cirúrgico.

A eletrocirurgia ou diatermia tem sido largamente utilizada em procedimentos cirúrgicos, com sucesso. A corrente elétrica, porém, é regida por um conjunto de leis físicas, as quais determinam o caminho por onde a corrente vai seguir, que pode ser indesejado e lesivo. Mas nada tão complexo que não possa ser usado para um benefício maior: menor tempo cirúrgico e saúde dos pacientes.

A unidade eletrocirúrgica destina-se ao apoio a procedimentos cirúrgicos, realizando corte e hemostasia de tecidos, através de aplicação de corrente elétrica no corpo humano.

  • Otimizam os procedimentos minimizando o sangramento;
  • Operam em: alta freqüência – 300.000 a 4.000.000 Hz;
  • Potência medida em Watts: podendo atingir 400 W.

A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano pode causar desde efeitos imperceptíveis até a morte do indivíduo – efeitos fisiológicos = CHOQUE ELÉTRICO. Sua prevenção exige medidas que devem adequar o ambiente a valores suportados pelo ser humano.

Temos cinco efeitos que condicionam a passagem da corrente elétrica em tecidos vivos:

  • Intensidade;
  • Duração;
  • Frequência;
  • Densidade;
  • Caminho percorrido pela corrente.

LEIA MAIS: Paramentação cirúrgica – o que você precisa saber?

Precauções para minimizar riscos aos pacientes:

–  Não deve entrar em contato com as partes metálicas ligadas a terra ou apresentar uma capacitância apreciável em relação ao terra (NBR IEC 60601);
– Região de massa muscular;
– Região com boa vascularização;
– Proximidade da incisão cirúrgica (quanto mais próximo do campo cirúrgico melhor);
– Distância de proeminência óssea;
– Sempre dar preferência para parte anterior da região;
– Nunca manter pele-pele (ex: braço e corpo), colocar uma compressa seca entre as partes (NBR IEC 60601);
– Para os PACIENTES portadores de marcapasso cardíaco ou de outros implantes ativos, existe um risco potencial de interferência sobre o funcionamento do marcapasso ou de um dano causado pelos implantes ativos (NBR IEC 60601);
– Em relação às estruturas ósseas e às articulações, cujas resistências são relativamente altas, uma técnica bipolar pode evitar danos indesejáveis ao tecido (NBR IEC 60601);
– Evitar caminhos de corrente entre o eletrodo ativo e o de retorno que passem pelo coração, pelos eletrodos de ECG e por próteses metálicas.

Precauções para minimizar riscos em relação ao tipo de placa:

As placas podem ser classificadas em:

  • Permanentes;
  • Descartáveis.

As placas permanentes podem ser rígidas, confeccionadas em aço inox, ou flexíveis quando fabricadas em silicone ou borracha grafitada.

As placas descartáveis são flexíveis e adesivas, o adesivo é um gel condutor que reduz a impedância de contato entre a pele e o elemento condutor da placa. Podem variar nas apresentações:

  • Inteiras;
  • Bipartidas – a eletricidade flui de um lado da placa fracionada, através do paciente, até o outro lado da placa fracionada, completando o circuito, fazendo com que a dispersão de energia seja a mesma em toda a circunferência da placa;
  • Universais.

Deve ser ligado de forma eficiente em toda sua superfície no corpo do PACIENTE (NBR IEC 60601).

Não importa o tamanho da placa e sim a área da placa efetivamente em contato elétrico com o paciente, além de estar em contato é recomendado que não existam elementos isolantes entre a placa e o paciente, como bolhas de ar. Claro que o tamanho da placa é adequado ao tamanho do paciente.

Quando a placa não está aderida adequadamente, a energia não pode ir da metade esquerda para direita da placa e retornar a unidade elétrica. O sistema MQC (sistema de monitoramento de contato, que sinaliza quando o eletrodo de retorno perde algum contato com o paciente, interrompe o fornecimento de energia na saída da unidade elétrica); não se completa e a unidade elétrica não funciona.

Concluímos que o local e tipo de eletrodo de retorno são muito importantes para que não tenhamos efeitos indesejados no paciente, a manutenção da unidade elétrica (aparelho) é de suma necessidade e a responsabilidade é de toda a equipe (médica, enfermagem e engenharia clínica).

LEIA MAIS: Qual a relação do CME com a cirurgia segura?

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