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Cirurgia25 abril 2025

Gastrectomia minimamente invasiva

Estudos confirmaram equivalência da gastrectomia por videolaparoscopia e aberta com as vantagens de uma cirurgia laparoscópica em relação a morbidade e recuperação mais rápida
Por Jader Ricco

O câncer gástrico é uma das neoplasias mais frequentes no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) é o quinto tumor mais frequente no Brasil sem considerar os cânceres de pele não melanoma. Além disso, o câncer gástrico é a quarta causa de morte por câncer. 

Cerca de 95% dos casos de câncer gástrico são adenocarcinoma e o único tratamento potencialmente curativo para essa doença é a cirurgia. As gastrectomias podem ser realizadas por laparotomias ou por técnicas minimamente invasivas como por videolaparoscopia ou robótica. Os resultados das técnicas minimamente invasivas vêm sendo positivos, com eficácia semelhante às técnicas por laparotomias e com a vantagem de recuperação cirúrgica mais rápidas. 

videolaparoscopia

Sobre a gastrectomia minimamente invasiva 

A primeira gastrectomia por videolaparoscopia foi realizada por Kitano em 1991. Atualmente a cirurgia minimamente invasiva representada pela videolaparoscopia e cirurgia robótica vem mostrando resultados promissores.  

Maegawa FB et al. apresentaram melhores resultados com cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia ou robótica) comparados com cirurgia aberta, com taxas maiores de linfadenectomia adequada nas cirurgias minimamente invasivas, além de as cirurgias por videolaparoscopia e robótica terem sido relacionadas à maior sobrevida global com média de sobrevida de 73 meses na laparoscópica, 74,8 meses na robótica contra 48 meses na aberta. A mortalidade também foi menor nos procedimentos minimamente invasivos. 

Cada vez mais estudos vem mostrando benefícios das cirurgias minimamente invasivas. Estudos como KLASS-01 e JCOG-0912 confirmaram equivalência da gastrectomia por videolaparoscopia e aberta com as vantagens inerentes de uma cirurgia laparoscópica em relação a morbidade e recuperação mais rápida.  

Veja mais: Gastrectomia laparoscópica é uma boa opção para o câncer gástrico?

Outros estudos seguintes CLASS-01, JLSSG0901, KLASS-2 e STOMACH também demonstraram segurança pelo método laparoscópico sem diferença na sobrevida livre de doença. Dissecção D2 também foi possível com laparoscopia. Até nos casos avançados, a laparoscopia foi segura e apresentou vantagens (menor tempo de internação, menor dor operatória, ingestão via oral mais precoce, menos sangramento e recuperação mais rápidos). Pacientes que foram submetidos à laparoscopia também tiveram uma recuperação e PS adequados a receber quimioterapia quando indicado. 

Waller GC et al. afirmam que a curva de aprendizado requer, no mínimo, 20 casos para o cirurgião se considerar proficiente em gastrectomia distal tanto por videolaparoscopia, quanto por via robótica. 

Os resultados das cirurgias laparoscópicas são semelhantes aos da cirurgia robótica e o NCCN determina que tanto a modalidade por videolaparoscopia quanto a robótica podem ser realizadas por cirurgiões experientes.  

Mensagem prática e limitações 

As cirurgias minimamente invasivas ainda demandam alto custo financeiro, principalmente as robóticas. Entretanto, gradativamente os custos em comparação aos benefícios vão sendo reduzidos e programas de incentivo vão sendo criados.  

No Brasil, por exemplo, no dia 05/12/2024 foi publicado no diário oficial da união a Portaria GM/MS Nº 5.776 que permite a inclusão da videolaparoscopia no tratamento oncológico pelo SUS. Essa portaria representa um grande passo para cirurgia oncológica e maior acesso a técnicas minimamente invasivas. 

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Referências bibliográficas

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