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Muito se discute acerca da indicação de prescrição diária de inibidor da bomba de prótons (IBP) para o paciente internado. O Dr Claudio Piras, durante sua palestra no CBMI 2018, destacou o efeito protetor realizado pela própria comida no estômago, não tendo a princípio indicação da prescrição indiscriminada destas drogas.
Para reforçar a necessidade de se racionalizar o uso dos “-prazóis”, é relacionada a lista de complicações a curto e longo prazo:
- Osteoporose e fraturas;
- Hipomagnesemia;
- Infecções enterais;
- Nefrites intersticiais;
- Infarto;
- Neuropatia isquêmica;
- Deficiência de B12;
- Demência.
Há, obviamente, algumas indicações de seu uso, como em pacientes vítimas de politrauma/TCE, grandes queimados, sépticos, em uso de drogas, dependentes de ventilação mecânica. Outra importante indicação de seu uso é em pacientes com hemorragia gastrointestinal.
Mesmo nessas situações em que há vários motivos para sua administração, o palestrante reforça que quando possível, deve-se manter o uso por apenas três dias. Caso as causas supracitadas se mantenham por mais tempo, a droga deve ser retirada com introdução do principal protetor gástrico, o alimento.
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Um detalhe importante acerca do uso dos IBPs é quanto à sua prescrição. Deve-se deixar claro que não há diferença entre infusão em três ou 30 minutos quanto ao efeito esperado, na verdade há até o risco de parada cardíaca com rápida administração. O uso intermitente apresenta melhores resultados do que infusão contínua.
Até há alguns anos não havia diferença significativa entre o uso de antagonistas H2 e o IBP, exceto a menor mortalidade registrada nos pacientes com hemorragia digestiva, tendo em vista que estes não seriam capazes de manter pH gástrico estável. Porém, foi documentado em estudos recentes que antagonistas H2 oferecem proteção adequada com bom custo-benefício.
Conclui-se que o aumento exagerado do seu uso, as indicações banais, o uso prolongado sem necessidade; justificam o crescente aumento de custos, complicações e da morbimortalidade.
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