Solo estrangeiro: como validar o diploma e exercer medicina em outro país?
Está pensando em recomeçar a vida no exterior ou simplesmente passar um tempo em outro país, mas não tem a certeza de onde poderá exercer a profissão? Neste texto vamos te mostrar o passo a passo para que revalidação do diploma em medicina em alguns dos países mais procurados por médicos brasileiros interessados em exercer a profissão no exterior.
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Portugal
Desde 2019, o reconhecimento em Portugal de graus acadêmicos e diplomas de ensino superior mudou, acabando com o processo conhecido como “equivalência”. A primeira providência a ser tomada para a validação do diploma de medicina em Portugal é fazer a Apostila de Haia ainda no Brasil. É ela que autentica os documentos públicos para que também sejam válidos no exterior, tornando o processo mais simples e menos burocrático.
Depois, é necessário entrar no site da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), de Portugal, e verificar em qual tipo de reconhecimento do diploma brasileiro deve ser feito. No caso da medicina, há duas opções: reconhecimento de nível ou específico.
Em seguida, inicia-se um processo online para a entrega de documentos em instituições de ensino portuguesas. O valor das taxas de inscrição e o tempo para revalidação dos documentos varia de acordo com a instituição selecionada, podendo chegar a 90 dias.
Espanha
A Espanha é reconhecida mundialmente como um dos países com os melhores cuidados de saúde, ocupando o 8º lugar em uma lista de 195 países. A procura de ofertas desse setor é alta, o que significa um processo bastante burocrático e acirrado para o reconhecimento do desempenho dos profissionais brasileiros que desejam morar no país exercendo a medicina.
Os requisitos essenciais são para alcançar seu sonho são: ter um diploma em medicina reconhecido, receber reconhecimento da Associação Médica da província onde irá praticar, não possuir antecedentes criminais ou processos disciplinares devido a más práticas, possuir o nível adequado de espanhol.
A validação do diploma na Espanha é feita junto ao Ministério de Educação e Formação Profissional Espanhol. São algumas etapas: preenchimento do formulário com a solicitação de homologação, apresentação de uma série de documentos, certificado de domínio da língua espanhola, além de ter um visto de autorização e o comprovante de pagamento da taxa de solicitação.
Após o envio, geralmente a resposta do processo por parte do Ministério da Educação Espanhol pode levar entre 6 a 12 meses. Com seu processo validado, você segue para o MIR (Médico Interno residente), um exame nacional contendo 225 perguntas, que validará seu diploma.
Estados Unidos
Para se tornar um médico reconhecido nos EUA é preciso fazer o USMLE (United States Medical Licensing Examination), que é um exame de 3 etapas. A primeira é formada por aproximadamente 322 questões, sendo uma prova teórica virtual que tem previsão de 8 horas de duração.
Já a segunda etapa é dividida em dois passos:
- Primeiro passo (2CK): outra prova teórica com 352 questões de múltipla escolha, abordando temas mais complexos e variados;
- Segundo passo (2CS): teste prático que consiste em simulação do dia a dia no hospital, com total de 8 horas de interação ao vivo. Os participantes lidam com pacientes fictícios, simulando abordagens reais, nas quais precisam comunicar-se de forma clara e com domínio no diagnóstico, dando resposta assertivas, solicitando exames, prescrevendo tratamentos, entre outras tarefas pertinentes.
A etapa final consiste em mais uma prova de 500 questões que geralmente é aplicada em dois dias, testando desde já os limites dos médicos interessados em adentrar o sistema de saúde norte-americana.
Outros locais
Países como Costa Rica, Chile, Canadá, e outro da União Europeia também recebem médicos brasileiros em suas redes de saúde, mas cada qual com suas próprias regras e procedimentos, que podem variar consideravelmente. Por isso, é fundamental consultar o MEC ou o órgão equivalente no país de destino para obter informações assertivas e processo de revalidação. E claro, é fundamental ser fluente no idioma local e estar com toda a documentação acadêmica e civil em dia.
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