A tecnologia está transformando o cenário da medicina, e a radiologia está na linha de frente dessa revolução. Mas afinal, o que há de novo no uso da inteligência artificial (IA) no diagnóstico por imagem?
Radiologia e IA
A radiologia é uma das especialidades médicas que mais evoluíram tecnologicamente nos últimos anos. Com o avanço de ferramentas baseadas em deep learning e machine learning, surgem dúvidas: será que os algoritmos vão substituir os radiologistas? A resposta é clara: não.
Apesar dos modelos atuais serem úteis, eles atuam como ferramentas de apoio, e não como substitutos do especialista. A IA ajuda a detectar padrões, agilizar a triagem e melhorar a qualidade da imagem, mas ainda depende da validação e da tomada de decisão clínica do médico.
O que são LMMs e como estão impactando a radiologia?
Os Large Multimodal Models (LMMs), como os novos Video Large Multimodal Models (VLMMs), são modelos treinados com diferentes tipos de dados — texto, imagem e vídeo — e vêm acelerando a aplicação da IA na medicina.
Com base em arquiteturas modernas, esses modelos conseguem interpretar exames complexos, inclusive vídeos de ultrassom ou sequências de ressonância magnética. Mas, para que funcionem bem, precisam ser treinados com datasets de alta qualidade, com imagens bem adquiridas e anotadas.
Casos reais
A IA na radiologia não é só teoria — já faz parte da rotina de alguns hospitais e serviços no Brasil:
- Hospital Israelita Albert Einstein (SP): ao realizar um raio-x de tórax no pronto-socorro, o médico tem acesso imediato a um pré-laudo gerado por IA, que aponta possíveis alterações com mapas de calor.
- Startups: usam visão computacional em tempo real durante exames de ultrassom, identificando órgãos e vasos conforme o transdutor é movimentado. Isso é especialmente útil para médicos generalistas ou em atendimentos de emergência.
Principais benefícios da IA no diagnóstico por imagem
Triagem e Agilidade no Diagnóstico
- A IA pode classificar exames como normais ou suspeitos, priorizando os casos críticos.
- Radiologistas ganham tempo ao se concentrar primeiro nos exames com maior probabilidade de alterações.
Identificação de Lesões Minúsculas
- Modelos de IA conseguem detectar alterações de até 0,1 mm — imperceptíveis a olho nu.
- Isso é essencial em casos como sangramento cerebral ou microlesões pulmonares.
Melhoria na Qualidade da Imagem
- IA ajuda a corrigir artefatos causados por movimento e a otimizar a aquisição das imagens.
- Garante maior precisão diagnóstica, mesmo em aparelhos com menor resolução.
Redução da Carga Burocrática
- Ferramentas de apoio ao laudo automatizam parte da documentação clínica.
- Isso libera o médico para focar na interpretação e decisão clínica, melhorando o fluxo de trabalho.
O futuro da radiologia
A expectativa é que a IA atue cada vez mais como um copiloto do médico, auxiliando desde a triagem até a documentação e orientação ao paciente. O papel do radiologista está longe de ser extinto — ele está sendo potencializado.
Conclusão
A inteligência artificial está transformando o diagnóstico por imagem, mas não veio para substituir o olhar clínico. Ela representa uma oportunidade valiosa para tornar a medicina mais precisa, acessível e segura.
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