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Carreira15 agosto 2025

Quanto ganha um neurologista? Quais os caminhos da formação?

A neurologia é uma das especialidades mais complexas e com médias salariais interessantes. Veja quanto ganha um médico neurologista no Brasil
Por Redação Afya

A neurologia é um dos ramos médicos mais importantes para o diagnóstico e tratamento de doenças que afetam o sistema nervoso. Por ser uma das especialidades mais complexas e valorizadas, muitos estudantes e recém-formados em medicina se perguntam: como ser um neurologista, quanto ganha, como é a formação e o cenário do mercado de trabalho no Brasil.

Neste artigo, você vai entender as médias salariais a partir das diferenças por região e tipo de empregador, o caminho para se tornar um especialista e as principais dúvidas sobre a carreira.

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Quanto ganha um neurologista no Brasil em 2025?

 

Média salarial, piso e teto da profissão

Segundo o portal Quero Bolsa, o salário médio de um médico neurologista no Brasil é de R$ 14.936,00 por mês. Tais informações são baseadas nas 14.352 contratações que aconteceram no último ano em todo o País.

Já de acordo com pesquisa do portal Salário, um neurologista ganha em média R$ 8.563,91 para uma jornada de trabalho de 18 horas semanais. O levantamento reúne dados de 456 profissionais admitidos e desligados no Brasil no regime CLT nos últimos 12 meses divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Em 2025, a remuneração para neurologista pode variar entre o piso salarial mínimo de R$ 8.330,02 e o teto salarial de R$ 17.962,29.

 

Variações regionais: Manaus, São Paulo e outras cidades

A localização geográfica é um fator determinante na remuneração. Cidades como São Paulo e outras capitais do Sudeste geralmente oferecem os salários mais altos devido à maior concentração de hospitais, clínicas e, consequentemente, maior demanda por profissionais especializados. Por exemplo, em São Paulo, o salário-base médio é de R$ 15.833, segundo o Indeed.

Já em regiões como o Norte e Nordeste, embora a demanda possa ser crescente, os valores podem ser ligeiramente menores. Em Manaus, por exemplo, a média salarial é de R$ 8.480, 46% abaixo da média nacional, de acordo com o Indeed.

Cidades do Sul e Centro-Oeste tendem a ter salários intermediários, mas ainda atrativos. A diferença salarial regional também reflete o custo de vida e a densidade de profissionais na área.

 

Diferenças segundo local de trabalho (clínicas, hospitais, consultórios)

O tipo de empregador impacta diretamente o quanto ganha um neurologista particular ou em outras modalidades de contratação.

 

  • Hospitais (públicos e privados): em hospitais, os neurologistas podem ter salários fixos mensais ou serem remunerados por plantões. Em grandes hospitais privados, os salários costumam ser mais elevados. No setor público, via concursos, os valores podem ser um pouco menores, mas oferece estabilidade e benefícios.
  • Clínicas neurológicas: trabalhar em clínicas neurológicas especializadas pode oferecer uma remuneração atraente, seja por contratação direta ou por percentual sobre os atendimentos. Em clínicas renomadas, os ganhos podem variar de R$ 10.000 a R$ 20.000 ou mais, dependendo do volume de pacientes e da reputação da clínica.
  • Consultórios próprios: abrir o próprio consultório permite maior autonomia e potencial de ganhos, mas exige um investimento inicial e habilidades de gestão. Um neurologista particular com consultório consolidado e boa clientela pode ter rendimentos significativamente maiores, especialmente se oferecer serviços diferenciados e tiver alta demanda. A remuneração, portanto, depende diretamente da quantidade de consultas e procedimentos.

 

Mercado de trabalho para neurologistas: tendências e desafios

 

Demanda por neurologistas nas principais regiões

A demanda por neurologistas tem crescido no Brasil, impulsionada pelo envelhecimento da população e pela maior conscientização sobre doenças como Alzheimer, Parkinson, AVC, epilepsia e esclerose múltipla. Grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, concentram a maior parte da demanda devido à infraestrutura de saúde mais desenvolvida e à concentração populacional. No entanto, há também uma crescente necessidade em cidades de médio porte, onde a oferta de especialistas ainda é limitada, criando oportunidades para novos médicos.

 

Setores de atuação: pública, privada e consultório próprio

O neurologista pode atuar em diversas frentes:

 

  • Setor público: atuação em hospitais universitários, hospitais públicos e unidades básicas de saúde, muitas vezes por meio de concursos públicos. Oferece estabilidade e a oportunidade de atender a uma grande diversidade de casos.
  • Setor privado: emprego em hospitais e clínicas particulares, onde a remuneração pode ser mais alta, mas a estabilidade pode variar.
  • Consultório próprio: para muitos, o objetivo final é ter o próprio consultório, o que oferece maior flexibilidade, autonomia e, potencialmente, os maiores ganhos. Requer visão empreendedora e capacidade de gestão.

 

O que faz um neurologista e qual a diferença para um neurocirurgião?

Principais atividades em clínicas neurológicas

Um neurologista é um médico clínico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças que afetam o cérebro, a medula espinhal, os nervos e os músculos. Suas principais atividades incluem:

  • Diagnóstico: realizar anamneses detalhadas, exames físicos neurológicos, solicitar e interpretar exames complementares (como ressonância magnética, tomografia, eletroencefalograma, eletroneuromiografia, líquor).
  • Tratamento clínico: prescrever medicamentos, indicar terapias não farmacológicas (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional) e acompanhar a evolução dos pacientes.
  • Manejo de doenças crônicas: acompanhar pacientes com condições crônicas como Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, epilepsia, migrânea crônica, entre outras.
  • Procedimentos diagnósticos: realizar punção lombar (para análise de líquor) e aplicar toxina botulínica para certas condições neurológicas.

Existe também a possibilidade do neurologista ingressar na carreira de pesquisa, fazendo o mestrado e o doutorado em áreas específicas, contribuindo para o progresso da ciência e buscando alternativas para questões clínicas sem resolutividade e investimentos da indústria farmacêutica.

Quando procurar um neurologista: doenças e sintomas tratados

 Pacientes devem procurar um neurologista ao apresentar sintomas como:

 

  • Dores de cabeça persistentes ou intensas (enxaqueca, cefaleia tensional)
  • Tonturas, vertigens e desequilíbrios
  • Perda de memória, confusão mental e alterações cognitivas
  • Fraqueza muscular, formigamentos, dormência ou paralisia em membros
  • Crises convulsivas ou epilépticas
  • Alterações na fala, visão ou audição
  • Tremores, movimentos involuntários e problemas de coordenação
  • Distúrbios do sono (insônia, apneia do sono)

Doenças e condições frequentemente tratadas incluem: AVC, doença de Alzheimer e outras demências, doença de Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia, enxaqueca e outras cefaleias, neuropatias periféricas, miastenia gravis, distúrbios do movimento, infecções do sistema nervoso (meningite, encefalite), entre outras.

Diferença entre neurologista e neurocirurgião

 O neurocirurgião realiza intervenções cirúrgicas no cérebro, medula espinhal e nervos periféricos. Enquanto o neurologista trata clinicamente, o neurocirurgião opera. Por exemplo, um paciente com um tumor cerebral seria diagnosticado pelo neurologista, que encaminharia para o neurocirurgião para a remoção cirúrgica, e depois acompanharia o paciente no pós-operatório e no tratamento complementar. Muitos se perguntam quanto ganha um cirurgião neurologista. Em geral, os neurocirurgiões tendem a ter salários mais elevados devido à complexidade e risco dos procedimentos.

A neurologia e neurocirurgia é uma das 20 especialidades médicas mais complexas, porque tem como foco o sistema nervoso central, que impacta em praticamente todas as funções dos outros órgãos.

Por isso, o profissional que se dedica à neurologia e/ou neurocirurgia deve se manter sempre atualizado quanto às novas terapias, para controlar sintomas indesejáveis ou amenizar o sofrimento do paciente.

 

O caminho para se tornar um neurologista

Faculdades e formação exigida

Para seguir a carreira, é necessário cursar os seis anos da faculdade de medicina e depois os três anos da especialização em neurologia. Para aqueles que optarem pela neurocirurgia, são necessários mais três anos.

 

Como é a residência em neurologia

 A residência em neurologia possui acesso direto, o que significa que não é necessário fazer residência em clínica médica antes. A formação tem duração de três anos no Brasil. Durante esse período, o residente aprofunda seus conhecimentos em neuroanatomia, neurofisiologia, neurofarmacologia, neuroimagem, e patologias neurológicas. A rotina inclui:

  • Atendimento ambulatorial: acompanhamento de pacientes com doenças neurológicas crônicas.
  • Pronto-socorro: manejo de emergências neurológicas como AVC, crises convulsivas e meningites.
  • Enfermaria: cuidado de pacientes internados com condições neurológicas agudas ou crônicas.
  • UTI Neurológica: manejo de casos críticos com suporte intensivo.
  • Rodízios em subespecialidades: muitos programas incluem rodízios em áreas como neurorreabilitação, neurofisiologia clínica, doenças neuromusculares, neurogenética, neurologia infantil (para quem busca ser um neurologista pediatra, é comum fazer uma subespecialização após a residência básica), entre outras.
  • Aulas teóricas, seminários e discussões de caso: para aprofundamento do conhecimento teórico.

 

Ao final da residência, o médico precisa ser aprovado na prova de Título de Especialista em Neurologia, concedido pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN). No site da ABN, você confere uma lista detalhada de instituições de residência médicas e especializações em todo o País.

 

Habilidades e perfil profissional desejado

O neurologista deve ter:

  • Habilidade de escuta e atenção aos detalhes
  • Raciocínio clínico apurado
  • Interesse por exames de imagem e neurofisiologia
  • Capacidade de lidar com pacientes crônicos e de longo acompanhamento
  • Disposição para atualização constante

 

Perguntas frequentes sobre a carreira em neurologia

 É possível ter um bom salário como neurologista em cidades pequenas?

Sim, é possível, embora os valores possam ser ligeiramente menores do que em grandes centros. Em cidades pequenas, a concorrência pode ser menor, o que pode garantir um fluxo constante de pacientes. Abrir um consultório particular e se tornar uma referência na região pode gerar bons rendimentos.

 Qual a diferença de salário entre um neurologista e um neurocirurgião?

Geralmente, um neurocirurgião tende a ter um salário mais elevado do que um neurologista. Isso se deve à maior complexidade, ao tempo de formação mais longo e ao risco associado aos procedimentos cirúrgicos. No entanto, ambos são especialidades muito bem remuneradas na medicina.

 A neurologia pediátrica paga mais? Quanto ganha um neurologista pediatra?

A neurologia pediátrica é uma subespecialidade que exige uma formação adicional (primeiro a residência em pediatria e depois em neurologia pediátrica, ou neurologia e depois neuropediatria). Devido à alta especialização e à demanda por profissionais qualificados no tratamento de crianças, os salários podem ser semelhantes ou até superiores aos de um neurologista geral, especialmente se o profissional for referência na área.

Como a carga horária de trabalho afeta o salário do neurologista?

A carga horária é um fator crucial. Neurologistas que trabalham em múltiplos locais (consultório, hospitais, plantões) ou que têm um grande volume de pacientes em seu consultório particular tendem a ter rendimentos mais altos. A maioria constrói sua remuneração combinando diferentes fontes de renda.

 A especialização em áreas específicas da neurologia (exemplo: epilepsia, doenças neuromusculares) aumenta o salário?

Sim, subespecializações podem aumentar significativamente o potencial de ganhos de um neurologista. Aprofundar-se em áreas de alta complexidade ou de grande demanda (como doenças raras, neuro-oncologia, dor crônica) torna o profissional mais valioso e procurado, justificando uma remuneração mais elevada.

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