Você já se perguntou até onde a inteligência artificial pode chegar na área médica? Os diversos recursos que antes pareciam possíveis apenas na ficção científica estão se tornando realidade na rotina de hospitais, clínicas e consultórios – e isso está acontecendo muito mais rápido do que imaginávamos.
A inteligência artificial está fazendo a medicina ser repensada, oferecendo melhores recursos à prática médica e trazendo mais benefícios para os pacientes. Dos diagnósticos mais rápidos e precisos à personalização de tratamentos, cirurgias assistidas por robôs, consultas por telemedicina, relógios inteligentes que monitoram a saúde em tempo real e até impressões 3D de órgãos e tecidos, a inteligência artificial já está no cotidiano de médicos, hospitais e pacientes. Mas essas mudanças também levantam importantes questionamentos éticos, sociais e legais em relação ao uso da tecnologia a serviço da medicina.
Com base nesse cenário, o artigo Artificial Intelligence in the Service of Medicine: Current Solutions and Future Perspectives, Opportunities, and Challenges, de Marinelli et al., procurou identificar as oportunidades e os riscos das ferramentas de inteligência artificial aplicadas à prática clínica, propondo uma reflexão sobre as perspectivas desta tecnologia na prática e pesquisa médicas e também sobre o impacto na relação médico-paciente.
Quer entender melhor o que a inteligência artificial vem fazendo na medicina? A seguir você confere alguns pontos relevantes sobre essa tecnologia na saúde
Aplicações na Medicina
Segundo os autores do estudo, as possibilidades de aplicações da inteligência artificial na saúde são amplas e impactam desde o atendimento ao paciente até a organização das instituições de saúde. Isso pode ser observado com a geração de relatórios médicos complexos em linguagem acessível ao paciente e a organização de prontuários e documentos clínicos, melhorando a eficiência da gestão hospitalar.
Além disso, a inteligência artificial também vem permitindo o monitoramento de dados clínicos em tempo real, integrando informações de dispositivos vestíveis aos prontuários eletrônicos, a identificação de padrões de risco e prevenção doenças por meio de algoritmos e a criação modelos 3D de órgãos e tecidos, auxiliando cirurgiões no planejamento de operações.
A tecnologia também permite a simulação de procedimentos cirúrgicos em ambientes virtuais, ampliando a formação médica e até mesmo o desenvolvimento de “gêmeos digitais”, ou seja, modelos virtuais de pacientes, em que terapias podem ser testadas antes de sua aplicação real no corpo humano.
Leia mais: Inteligência artificial e a contribuição na patologia
Vantagens já percebidas
Com todas as possibilidades de aplicações na medicina, a lista de benefícios da inteligência artificial apontada por Marinelli et al não é pequena. A tecnologia tem contribuído para:
- Redução de até 86% dos erros médicos, o que pode representar 250 mil vidas salvas anualmente;
- Diagnósticos mais rápidos e precisos, especialmente em estágios iniciais de doenças;
- Menor tempo de internação e recuperação dos pacientes com tratamentos personalizados;
- Análise mais detalhada de dados comportamentais e biométricos;
- Automatização de tarefas repetitivas, liberando tempo dos médicos para atividades mais estratégicas.
Essas vantagens não beneficiam apenas o paciente, mas também a gestão médica como um todo, melhorando a produtividade das equipes, reduzindo o estresse operacional e a sobrecarga por processos burocráticos e favorecendo uma abordagem mais centrada nas pessoas.
Desafios e limitações
Apesar dos avanços, a adoção da inteligência artificial na medicina, ainda nova e em fase de descobertas, enfrenta barreiras importantes em questões éticas, de desenvolvimento e de aplicação da tecnologia. Algumas das preocupações apontadas por Marinelli et al são:
- Altos custos de implementação: infraestrutura tecnológica, treinamento e manutenção exigem investimentos significativos;
- Desigualdade no acesso: pacientes em áreas remotas ou com poucos recursos ainda enfrentam dificuldades para acessar essas inovações;
- Risco de desumanização do atendimento: a automatização pode comprometer o vínculo entre médico e paciente;
- Falta de transparência dos algoritmos: muitos sistemas operam como “caixas-pretas”, em que médicos ou pacientes entendam exatamente como as decisões são tomadas;
- Desafios éticos e legais: como lidar, por exemplo, com decisões clínicas delicadas que envolvem julgamentos morais?
- Viés nos dados: quando os algoritmos são treinados com dados incompletos ou enviesados, há risco de perpetuação de desigualdades.
Ferramentas confiáveis e que o médico pode contar
Ferramentas confiáveis e que o médico pode contar
Com a rotina médica cada vez mais acelerada, ferramentas com inteligência artificial estão revolucionando o cuidado em saúde. Além disso, confiar na solução também e garantia de sucesso na jornada. Disponibilizamos três ferramentas baseadas em dados confiáveis, seguros e com validação médica.
O Afya ReceitaPro transforma a prescrição em uma experiência rápida, intuitiva e personalizada. Com opções de prescrição por voz, texto ou foto, acessível pelo celular, smartwatch ou WhatsApp, o médico ganha agilidade e liberdade. A ferramenta ainda conta com assinatura digital gratuita, integração com a base Clique Farma, dispensador próprio de medicamentos e suporte a todos os tipos de receitas, incluindo controle especial.
O WB Assist, integrado ao Whitebook, é um assistente clínico de IA treinado por médicos brasileiros para responder, em linguagem natural, dúvidas durante a consulta com base científica validada. Ele apoia desde o diagnóstico até a prescrição com conteúdos curados, interações medicamentosas, calculadoras médicas, referências bibliográficas e histórico de conversas.
Já o iClinic Assist é o primeiro assistente de IA totalmente integrado ao sistema de gestão do consultório. Diferentemente de outras soluções que automatizam tarefas apenas durante a consulta, o iClinic Assist apoia o médico antes, durante e depois da consulta, automatizando até 40% das tarefas manuais. Com o alertas de faltas, resumo automático das últimas consultas, transcrição inteligente da conversa clínica e sugestão de hipóteses diagnósticas, o médico reduz o tempo ao computador e melhora a qualidade do atendimento com mais conexão e atenção ao paciente.
Olhando para o futuro
A verdade é que, por mais avançada que a inteligência artificial se torne, o papel do médico continua (e continuará) sendo o elo principal na comunicação com o paciente.
É necessário que o médico esteja preparado para explicar de forma acessível ao paciente como essas ferramentas funcionam e por que estão sendo utilizadas no atendimento – algo especialmente complexo quando os sistemas não são totalmente compreensíveis nem mesmo por especialistas.
Para que isso aconteça, é fundamental que os médicos recebam capacitação específica sobre novas tecnologias, além de participarem ativamente do desenvolvimento e validação de modelos de IA.
A inteligência artificial tem tudo para mudar a medicina de forma profunda e positiva, mas para que ela realmente cumpra esse papel, é preciso diálogo, regulação e compromisso de todos os envolvidos: médicos, desenvolvedores, gestores, formuladores de políticas públicas e, principalmente, pacientes.
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.