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Carreira7 agosto 2024

Importância da Medicina Baseada em Evidência

A MBE integra a pesquisa científica à experiência clínica e às necessidades dos pacientes, promovendo uma prática médica personalizada
Por Leonardo Campos

A Medicina Baseada em Evidência (MBE) revolucionou a forma como tomamos decisões clínicas, garantindo que o tratamento seja baseado nas melhores evidências científicas disponíveis.

Essa abordagem integra a pesquisa científica com a experiência clínica e as necessidades individuais dos pacientes, promovendo uma prática médica mais robusta e personalizada.

Conceitos-chave

A MBE é a integração da melhor evidência científica disponível com a experiência clínica e os valores do paciente.

Abaixo, alguns componentes importantes nos ciclos da MBE:

  1. Formular uma pergunta clínica clara: Ex: “Qual o melhor tratamento para asma em crianças?”
  2. Buscar as melhores evidências: Consultar bancos de dados como PubMed, Cochrane Library.
  3. Avaliar criticamente as evidências: Analisar a qualidade dos estudos, seus vieses e relevância.
  4. Aplicar as evidências na prática: Considerando a experiência clínica, a aplicabilidade local (realidade brasileira x estrangeira) e as preferências do paciente (decisão compartilhada).
  5. Avaliar os resultados: Acompanhar de perto a resposta individual de cada paciente ao tratamento, ajustando-o conforme necessário para garantir a máxima efetividade e segurança.
  6. Hierarquia das evidências (pirâmide): Topo: Revisões sistemáticas e meta-análises / Meio: Ensaios clínicos randomizados controlados / Base: Estudos observacionais, relatos de caso, opiniões de especialistas.

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Exemplos práticos na Pediatria

  • Vacinação: A recomendação de vacinas é baseada em ensaios clínicos que comprovam sua segurança e eficácia na prevenção de doenças graves.
  • Uso de corticoides em doenças reumáticas: A MBE orienta o uso criterioso de corticoides em doenças como artrite idiopática juvenil (AIJ) e lúpus eritematoso sistêmico (LES), buscando minimizar os efeitos colaterais.
  • Hidratação oral em casos de diarreia aguda: A MBE respalda o uso da terapia de reidratação oral (TRO) como tratamento de primeira linha para a maioria dos casos de diarreia aguda em crianças, evitando a desidratação e reduzindo a necessidade de hospitalização.
  • Tratamento da bronquiolite: A MBE indica que a maioria dos casos é viral e não requer antibióticos, priorizando medidas de suporte como hidratação e oxigenoterapia se necessário.
  • Diretrizes de tratamento: As sociedades médicas de pediatria elaboram diretrizes baseadas em evidências para diversas condições, como asma, obesidade e diabetes, auxiliando na tomada de decisão clínica.

Desafios e considerações

Limitação de evidências de alta qualidade: em algumas situações, as evidências podem ser limitadas ou contraditórias. Nesses casos, a experiência do médico e a decisão compartilhada com o paciente possuem peso maior.

Individualização do tratamento: a MBE não é uma receita única, cada paciente é único e o tratamento deve ser adaptado às suas condições clínicas.

Comunicação com os pais: é fundamental explicar as evidências aos pais de forma clara e compreensível, para que eles participem ativamente das decisões sobre a saúde de seus filhos.

 

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Conclusão

Embora a MBE seja uma ferramenta fundamental na prática médica atual, oferecendo o melhor cuidado possível para as crianças baseado em ciência e evidências sólidas, não podemos considerá-la a única prática aceitável.

A medicina é complexa e envolve fatores além da ciência, como a experiência clínica, a individualidade do paciente e os aspectos éticos e sociais. A MBE deve ser utilizada em conjunto com outras abordagens para garantir um cuidado integral e humanizado.

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Referências bibliográficas

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