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Carreira8 julho 2025

Endocrinologia: o que faz o profissional e como é a residência

Saiba mais sobre o panorama do mercado de trabalho em Endocrinologia e as possibilidades de atuação profissional
Por Redação Afya

Diante do aumento dos casos de diabetes, obesidade e disfunções hormonais, a endocrinologia vem ganhando projeção com o passar dos anos. Então, que tal entender o que faz um endocrinologista e a diferença entre residência médica e a pós-graduação lato sensu em endocrinologia?

Abaixo, vamos abordar também o panorama do mercado de trabalho, as possibilidades de atuação profissional e o que considerar ao escolher essa especialidade. Nosso objetivo é fornecer um guia completo para você decidir se essa é a especialidade ideal para o seu perfil.

 

O que é Residência Médica e sua importância na formação médica

 

Definição e aspectos legais

O curso forma especialistas aptos a diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com distúrbios hormonais e metabólicos. Em geral, esses distúrbios podem afetar glândulas importantes como tireoide, pâncreas, adrenais e hipófise.

As funções endócrinas também envolvem o controle do metabolismo ósseo, lipídico e de carboidratos. Assim, é necessário um conhecimento mais aprofundado para gerenciar, do ponto de vista médico, as ações fisiológicas realizadas pelas glândulas endócrinas.

Portanto, a residência médica em endocrinologia é centrada em um programa de treinamento especializado. A meta é oferecer a oportunidade de o médico se aprofundar no diagnóstico e no tratamento de doenças hormonais e metabólicas de grande importância clínica.

Durante a residência médica em endocrinologia também há produção científica com seminários e discussões de casos, por exemplo. Além disso, o médico também passa por serviços relacionados às subáreas da especialidade. O residente estuda bastante fisiologia e clínica médica, a fim de construir uma base forte para a atuação profissional.

 

Diferença entre Residência Médica e especialização

 Apesar de ambas serem formas de formação em endocrinologia, a residência médica oferece um currículo unificado, supervisão contínua e reconhecimento automático para obtenção do Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Já a pós-graduação em endocrinologia costuma ter carga horária prática menor e requer aprovação em prova de título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

A SBEM é a entidade que representa os endocrinologistas no Brasil. Ela é responsável por promover a educação continuada, a pesquisa e a defesa da especialidade.

Confira na tabela abaixo as diferenças entre as duas modalidades de formação.

 

Tipo de formaçãoResidência médica Pós-graduação
FocoTreinamento em serviço, prático e intensivo. Desenvolvimento de habilidades clínicas e procedimentais sob supervisão direta.Aulas teóricas, discussão de casos, com menor foco na prática supervisionada intensiva. Pode incluir estágios, mas com menor carga horária e profundidade.
DuraçãoDois anos (após dois anos de Clínica Médica). Total de quatro anos de formação em residência.Varia, geralmente de um a dois anos.
ReconhecimentoPermite a obtenção do Título de Especialista e RQE pela SBEM/AMB/CFM (após aprovação em prova). É o caminho principal para ser um especialista reconhecido.Geralmente não confere o Título de Especialista e o RQE. Pode ser um aprimoramento profissional, mas não substitui a residência para o reconhecimento formal da especialidade.
Carga Horária60 horas semanais, com dedicação exclusiva.Variável, geralmente com aulas em dias específicos, permitindo conciliar com outras atividades.
AprofundamentoImersão completa na especialidade, com contato diário com pacientes, procedimentos e discussões de casos complexos.Aprofundamento teórico, mas a vivência prática pode ser limitada.
Mercado de TrabalhoValorizado por empregadores e pacientes. O RQE é um diferencial competitivo e um atestado de qualidade profissional.Pode ser útil para atualização profissional, mas o mercado tende a valorizar mais o médico com Título de Especialista (RQE).
Pré-requisitoConclusão da residência em Clínica Médica.Geralmente graduação em Medicina.

 

Saiba mais: Curso de Atualização em Endocrinologia: Fique por dentro das novidades da área

 

Por que fazer Residência Médica?

A residência médica endocrinologia proporciona aprendizado direto com especialistas experientes, acesso a casos clínicos variados e integração ao sistema de saúde. A formação também oferece excelência técnica, segurança na atuação e credibilidade profissional no mercado. Com uma formação abrangente e aprofundada, capacita o médico a lidar com o vasto espectro de doenças endócrinas.

 

Como funciona a Residência Médica no Brasil

 

Duração e carga horária

A residência médica em endocrinologia tem duração de dois anos, mas exige Clínica Médica como pré-requisito, totalizando quatro anos de formação. A carga horária, geralmente, é de 60 horas semanais, com plantões e atividades práticas supervisionadas.

 

Remuneração e direitos do médico residente

 O médico residente tem direito a bolsa mensal paga pelo governo, férias remuneradas e cobertura de previdência social.

Supervisão e atividades práticas

Durante a residência, o médico atua em ambulatórios, enfermarias, UTIs, centros cirúrgicos e em atendimentos multidisciplinares, sempre com acompanhamento de preceptores.

 

A rotina do residente é bastante diversificada e inclui:

 

  • Ambulatórios: atendimento a pacientes com diversas patologias endócrinas, desde diabetes e tireoide até casos mais complexos de hipófise e suprarrenal.
  • Enfermarias: acompanhamento de pacientes internados com descompensações metabólicas agudas, como cetoacidose diabética ou crise tireotóxica.
  • Interconsultas: avaliação de pacientes de outras especialidades que apresentam distúrbios endócrinos.
  • Discussões de casos: reuniões periódicas para discutir casos clínicos complexos com preceptores e outros residentes.
  • Atividades teóricas: aulas, seminários, clubes de revista e participação em congressos.
  • Pesquisa: muitos programas incentivam a participação em projetos de pesquisa, produção científica e publicações.

 

Avaliação e certificação

A avaliação do residente é contínua e multifacetada, incluindo desempenho em atividades práticas, participação em discussões, provas teóricas e avaliação de preceptores. Ao final do programa, após o cumprimento de todas as exigências e aprovação em eventuais exames finais, o residente recebe o certificado de conclusão da residência médica, que o habilita a solicitar o Registro de Qualificação de Especialista (RQE).

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, o Título de Especialista (com o consequente RQE) é um diferencial crucial. Ele atesta a qualificação e o preparo do médico para atuar em uma área específica, transmitindo confiança e credibilidade aos pacientes e empregadores. Para o endocrinologista, ter o RQE significa estar em conformidade com as exigências dos conselhos de medicina e, mais importante, garantir um padrão de excelência no atendimento.

 

Saiba mais: O que é Residência Médica: guia completo para médicos em 2025

 

Tipos de Residência Médica

 

Especialidades básicas e acesso direto

Não existe acesso direto: o médico precisa passar por Residência Clínica Médica ou em Medicina Interna.

 Especialidades com pré-requisito

 Para ingressar na residência em endocrinologia, o requisito é ter concluído a graduação em Medicina, ter CRM e passar, antes, pela residência de base. Em alguns países, ainda há a exigência de passar por um exame de admissão específico.

 

Áreas de atuação

O endocrinologista pode trabalhar em diversas frentes: consultórios particulares, hospitais, unidades do SUS, clínicas multidisciplinares e centros especializados em doenças metabólicas, obesidade, diabetes e hormonoterapia. A área permite atuação tanto em doenças prevalentes quanto raras.

A endocrinologia abrange diversas áreas de atuação, como:

 

  • Diabetes Mellitus: diagnóstico, tratamento e manejo de suas complicações.
  • Doenças da tireoide: hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos e câncer de tireoide.
  • Obesidade e síndrome metabólica: manejo clínico, orientações nutricionais e acompanhamento de pacientes.
  • Doenças das glândulas suprarrenais: como síndrome de Cushing e insuficiência adrenal.
  • Doenças da hipófise: tumores hipofisários, acromegalia e diabetes insipidus.
  • Doenças ósseas metabólicas: osteoporose e outras patologias do metabolismo ósseo.
  • Distúrbios do crescimento e puberdade: em crianças e adolescentes.
  • Andrologia e distúrbios da reprodução: infertilidade masculina, disfunção erétil, menopausa e andropausa.

Ou seja, se você já se perguntou “endocrinologista é especialista em quê?” ou “endocrinologista para que serve?”, a resposta está na sua atuação ampla e estratégica na regulação do organismo.

 

Glossário de termos comuns em endocrinologia

Confira um pequeno glossário com termos comuns do dia a dia da especialidade.

 

  • Metabolismo: conjunto de reações químicas que mantém o organismo em funcionamento.
  • Hormonioterapia: uso de hormônios sintéticos para tratamento de disfunções.
  • Eixo hipotálamo-hipófise: sistema neuroendócrino que regula várias glândulas.
  • Glicemia de jejum: exame para avaliar os níveis de açúcar no sangue.
  • TSH: hormônio estimulador da tireoide, essencial para diagnóstico de disfunções.

 

Como ingressar na Residência Médica

 

Processo seletivo e principais etapas

O ingresso se dá por meio de processos seletivos organizados pelas instituições credenciadas. A seleção costuma incluir prova teórica (múltipla escolha), análise curricular e, em alguns casos, entrevista.

 

COREME e instituições credenciadas

A Comissão de Residência Médica (COREME) de cada hospital é responsável pelo gerenciamento do programa. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) disponibiliza em seu site uma lista completa das residências credenciadas pela instituição em todo o País.

 

Documentação necessária

O candidato precisa apresentar CRM ou comprovante de colação de grau, currículo atualizado, histórico acadêmico, identidade, CPF e outros documentos exigidos por cada edital.

 

Calendário do processo seletivo

 O cronograma varia por instituição, mas a maioria dos editais é publicada entre setembro e novembro. As provas ocorrem entre novembro e janeiro, com início da residência em março. É fundamental ficar atento aos cronogramas das instituições de interesse.

 

Dicas para escolher sua Residência Médica

 

Fatores a considerar na escolha da especialidade

 A escolha da especialidade é uma decisão pessoal que deve levar em conta diversos fatores:

 

  • Interesse pessoal: você se sente atraído pelas patologias e desafios da endocrinologia?
  • Habilidades e aptidões: a especialidade exige raciocínio clínico, paciência e atenção aos detalhes.
  • Estilo de vida: a endocrinologia, em geral, oferece um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com menos emergências e plantões do que outras especialidades.
  • Mercado de trabalho: há demanda crescente por endocrinologistas, especialmente devido ao aumento da prevalência de doenças como diabetes e obesidade.

 

Como avaliar os programas de residência

Verifique a infraestrutura hospitalar, carga horária prática, diversidade de casos, qualificação do corpo docente, reputação da instituição e a existência de ambulatórios especializados (como de diabetes, obesidade e doenças da tireoide).

 Perspectivas de mercado por especialidade

A especialidade em endocrinologia está em alta devido ao aumento da obesidade, diabetes e doenças metabólicas. O envelhecimento populacional e o aumento do diagnóstico precoce também aquecem o mercado. Além disso, também existe, hoje, o crescimento da demanda por endocrinologistas com foco em doenças metabólicas.

Saiba mais: Explore artigos, pesquisas e guias práticos em endocrinologia.

 

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