Desafios de fazer Medicina como segunda graduação

Muitas pessoas se formam em alguma graduação (ou estão em andamento) e, voilà! Bate aquela vontade de fazer medicina. E muitos resolvem seguir esse sonho, mesmo com as dificuldades e desafios decorrentes da realização da segunda graduação, especialmente quando falamos desse curso específico.

Experiência na segunda graduação

Cursei a graduação em Física na Universidade Federal Fluminense (UFF) por quatro anos e, apesar de ser muito apaixonada por essa ciência, faltava alguma coisa. Demorou um pouco, mas percebi que o que estava faltando era a medicina. Então, com 20 anos, decidi abandonar um curso praticamente completo para me dedicar novamente a outra graduação.

Como fiz o vestibular ainda na graduação de física e consegui ser aprovada, pelo menos pude emendar os dois cursos, o que já me facilitou em relação ao tempo.

Desafios

Por ser altamente concorrido, muitas pessoas já ingressam no curso com uma idade mais avançada, pois são poucas as passam no vestibular com rapidez. Para os que já fizeram outra graduação, essa idade costuma ser ainda maior.

Além disso, o tempo prolongado da formação faz com que muitas dessas pessoas já se formem com uma idade mais avançada, o que eventualmente pode pressionar à entrada no mercado de trabalho mais rápido (seja por questões financeiras, seja por desejo de iniciar logo na carreira), o que atrapalha a continuidade da formação do profissional.

Um desafio é o equilíbrio financeiro. O curso de medicina é dispendioso, e com uma carga horária que impossibilita a manutenção de um emprego mais convencional. Uma alternativa, se esse for o caso, é tentar conciliar a graduação com empregos que tenham horários de trabalho mais alternativos, como tutor ou monitor de estudos, professor de aulas particulares, trabalhos que possam ser realizados on-line, como produção de conteúdo em diversas áreas, etc.

Outro fator desafiador é a metodologia de ensino, que pode ser diferente do utilizado da primeira graduação, exigindo uma adaptação a métodos mais práticos e muitas vezes mais intensivos em termos de estudo individual e em grupo.

Benefícios

A idade mais avançada não é necessariamente uma desvantagem. Pessoas que já realizaram uma outra graduação costumam ser mais maduras com relação ao aprendizado, e já desenvolveram técnicas de estudo que podem ser importantes para se destacar dentro da graduação de medicina. A experiência acadêmica anterior pode ajudar a desenvolver skills de autogerenciamento e organização do tempo, essenciais na rotina puxada de um estudante de medicina.

Habilidades desenvolvidas dentro de uma carreira anterior também pode ser de grande valia para o estudante de medicina. Dependendo da primeira graduação, é possível que o aluno já tenha uma boa base em disciplinas científicas, como biologia, química e física, o que facilita o seu aprendizado.

Conclusão

Apesar dos desafios de cursar medicina como segunda graduação, todos podem ser superados, e é totalmente possível se formar médico já tendo outra profissão pregressa. Aproveitar as habilidades já adquiridas em uma outra formação pode trazer destaque para o médico no mercado de trabalho e na hora de tratar seus pacientes, e essas habilidades devem ser exploradas da melhor forma possível.