Empatia é uma palavra que pode ser entendida de várias maneiras. No contexto da saúde, ela geralmente é vista como a capacidade de se colocar no lugar do paciente, compreendendo seus sentimentos, preocupações e expectativas. Esse tipo de habilidade ajuda o médico a entender e lidar melhor com as emoções dos pacientes, obtendo melhores desfechos em seus atendimentos.
Mostrar empatia no atendimento médico traz benefícios importantes. Isso faz com que o paciente se sinta mais à vontade para falar sobre seus sintomas e preocupações, ajuda o médico a diagnosticar com mais precisão e estimula o paciente a se envolver mais em seus cuidados, o que pode melhorar a adesão ao tratamento e promover a qualidade de vida do paciente.
No entanto, estudos demonstram que a empatia autoavaliada pelos médicos, especialmente aqueles em início de carreira, diminui consideravelmente após as primeiras experiências reais com pacientes e durante a prática clínica, especialmente com o aumento do contato direto com eles.
Quais são os obstáculos para praticar empatia?
Durante a formação acadêmica e ao longo da carreira, várias barreiras dificultam o desenvolvimento de habilidades empáticas na prática médica.
Para estudantes e médicos residentes, a alta carga de trabalho, os métodos tradicionais de ensino (que muitas vezes focam mais nos conhecimentos teóricos) e o estresse causado pela rotina profissional sobrecarregada podem reduzir a empatia com os pacientes.
À medida que os médicos avançam na carreira surgem novos desafios, como a ansiedade e a pressão de tempo durante os atendimentos, o que pode afetar a capacidade de ouvir e compreender o paciente de forma plena. Além disso, alguns médicos têm dificuldades em reconhecer as necessidades emocionais do paciente como parte da doença e do cuidado, o que também dificulta a prática da empatia.
Como praticar a empatia com os pacientes
Com o avanço das tecnologias, novas abordagens para ensinar empatia estão sendo desenvolvidas, como o uso de realidade virtual, simulações e aplicativos. Mas ainda há uma análise limitada sobre a contribuição dessas tecnologias para a mudança desse cenário.
Outras estratégias para desenvolver a empatia com os pacientes já são bem conhecidas pelo médico, como a individualização do atendimento, a escuta ativa e a compreensão das emoções. Contudo, estudos mostram que outras atitudes simples podem aumentar a percepção de compaixão por parte do paciente, como:
- Observar as expressões faciais e sinais não verbais de emoção demonstrados pelos pacientes;
- Reconhecer e responder quando surgem oportunidades de mostrar compaixão;
- Usar comunicações não verbais de cuidado, como manter o contato visual e o se posicionar de forma aberta e atenta ao paciente;
- Falar palavras de reconhecimento, validação e apoio ao paciente, por exemplo: “Estou aqui para você. Vamos trabalhar juntos”;
- Sentar-se durante o atendimento ao paciente para demonstrar atenção ao invés de ficar em pé.
Essas mudanças simples podem melhorar significativamente a relação médico-paciente, criando um ambiente mais positivo e colaborativo. Que tal colocá-las em prática na sua próxima consulta?
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