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Carreira17 setembro 2025

Como dar um bom feedback ao colega médico

Orientações práticas para feedback construtivo ao colega médico: verificar fatos, conversa privada, apoio e mediação
Por Ester Ribeiro

Elogios são sempre bem-vindos, mas críticas, por mais necessárias que sejam, costumam ser difíceis de dar e receber. Isso se torna ainda mais delicado no ambiente médico, onde o trabalho em equipe é essencial para garantir o melhor cuidado ao paciente. No entanto, evitar uma conversa difícil pode perpetuar problemas que afetam tanto o desempenho da equipe quanto a qualidade do atendimento.

O ditado “errar é humano” nos lembra que ninguém está imune a falhas e que o feedback — seja positivo ou corretivo — é uma ferramenta indispensável para o aprendizado e o alinhamento no trabalho.

Abaixo, estão orientações práticas para oferecer um feedback construtivo ao colega médico, com foco no respeito e na solução de problemas.

médicos conversando

Verifique os fatos antes de agir

Antes de dar qualquer feedback, certifique-se de que o erro realmente ocorreu. Aja com sabedoria e não com base em suposições ou reações impulsivas.

Converse com o colega envolvido, dando a ele a oportunidade de explicar seu ponto de vista. Caso necessário, consulte outros membros da equipe para obter diferentes perspectivas sobre o ocorrido.

Além disso, ao abordar o problema, é essencial equilibrar a conversa. Reconheça os pontos positivos do colega antes de salientar as dificuldades ou o impacto do erro. Isso demonstra que você valoriza o esforço dele e está focado em corrigir o problema, não em atacar a pessoa.

Leia mais: Como criar um relacionamento saudável com os colegas médicos no trabalho?

Exemplo prático

Se um colega esqueceu de registrar uma informação importante no prontuário, em vez de dizer:

“Você sempre deixa de anotar o que precisa!”

Tente algo como: “Notei que o prontuário estava sem a informação sobre a medicação administrada. Entendo que o plantão foi corrido, mas precisamos manter os registros completos para evitar confusões futuras. Como podemos melhorar isso juntos?”

Comece a conversa individualmente

Se o problema precisa ser abordado, faça isso de forma privada. Conversar em particular ajuda a evitar constrangimentos desnecessários e dá ao colega espaço para expor sua visão com mais tranquilidade. Às vezes, essa abordagem direta e respeitosa é suficiente para resolver a questão.

Dica prática: Escolha um momento e local adequados para a conversa, de preferência longe de distrações e em um ambiente tranquilo. Evite discutir o assunto em público ou em meio a uma reunião com outros profissionais, pois isso pode gerar desconforto e resistência.

Leia também: Aspectos da saúde mental a serem trabalhados em hospitais e clínicas

Busque apoio, se necessário

Se a questão persistir ou for mais complexa, considere envolver outro membro da equipe para ajudar na mediação. Uma terceira pessoa pode trazer novos pontos de vista, identificar nuances que passaram despercebidas e promover um ambiente mais colaborativo para resolver o problema.

Exemplo prático: Se um médico jovem tem dificuldades em seguir protocolos específicos, você pode sugerir uma reunião com um enfermeiro mais experiente ou outro colega médico para discutir formas de melhorar a execução do processo.

Escale o problema como último recurso

Se, mesmo após conversas individuais e em grupo, o problema não for resolvido, será necessário envolver um superior, como o chefe de equipe ou o diretor médico. Certifique-se de apresentar os fatos de forma objetiva e de demonstrar que você buscou resolver a questão em outros níveis antes de recorrer à supervisão.

Uma comunicação eficaz e colaborativa pode transformar divergências em soluções construtivas.

Conclusão

Dar feedback é uma arte que exige equilíbrio entre firmeza e empatia. Quando feito da forma correta, ele não apenas corrige erros, mas fortalece a confiança entre os membros da equipe e melhora o ambiente de trabalho.

Lembre-se: críticas construtivas não devem ser evitadas, mas dadas com o objetivo de resolver problemas, não de apontar culpados. Seja sempre respeitoso, objetivo e disposto a ouvir. Afinal, no final do dia, todos estamos do mesmo lado: o lado do paciente.

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