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Carreira4 junho 2024

8 estratégias para melhorar a relação com seus pacientes durante as consultas

A boa relação médico-paciente pode melhorar a experiência do paciente no cuidado de saúde, reduzindo a ansiedade, o medo e o estresse
Por Ester Ribeiro

A boa relação entre médico e paciente é fundamental para que haja um atendimento de excelência. Primeiramente, um relacionamento saudável garante a confiança mútua, promovendo um tratamento eficaz. Afinal, você segue a orientação de quem confia, certo? 

Adicionalmente, a boa relação médico-paciente pode melhorar a experiência do paciente no processo de cuidado de saúde, reduzindo a ansiedade, o medo e o estresse associados ao tratamento médico, promovendo o seu bem-estar emocional.  

 Leia mais: É possível otimizar o tempo da consulta?

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Dicas

Veja, abaixo, algumas dicas para garantir uma relação de sucesso: 

 

1. Personalização e acolhimento: avalie sinais não verbais desde o início 

 

Chame o seu paciente da porta do seu consultório. Você não somente demonstra educação, interesse e gentileza como também pode iniciar sua avaliação clínica ali. O paciente tem força para se levantar da cadeira sozinho, precisa de auxílio? Como é a sua deambulação? Ele escutou e atendeu o seu chamado?

Além disso, um bom aperto de mão, olhando nos olhos do paciente também te aumentarão em respeito pelo paciente com a possibilidade de avaliar a força do paciente.  

 

2. Atenção aos acompanhantes: deixe-os confortáveis, pois podem ser grandes aliados ao seu tratamento 

Pergunte (e anote) o nome dos acompanhantes. Nunca deduza quem ele é para o paciente; pergunte: “Qual é sua relação com o Sr. Fulano?”. Nos retornos, estando anotado, você pode chamar os acompanhantes pelos nomes, caso sejam os mesmos – normalmente são.  

Caso seu paciente traga problemas que não são relacionados à sua saúde, você pode anotar em algum local e perguntar na próxima consulta sobre isso. O paciente irá agradecer o carinho e cuidado. Familiares doentes, pets falecidos, curiosidades compartilhadas contigo. Essa aproximação melhora a relação médico-paciente; use em seu favor. 

 

3. Conheça o contexto do paciente: aumente sua influência 

Caso seja a primeira consulta, comece pela identificação; não pela queixa. Entender as relações familiares, a naturalidade do paciente, seus trabalhos prévios ou atuais te farão entender causas da doença e problemas relacionados ao tratamento.  

Como exemplo, um caminhoneiro que precisa fazer uma dieta muito específica terá dificuldades em seguir; uma mãe em período integral com crianças pequenas não conseguirá ter uma rotina de sono muito estabelecida.

Caso imagine alguma dificuldade relacionada às informações ditas na identificação, pergunte com empatia; ele pode ter vergonha de contar espontaneamente. 

 

4. Comunicação eficaz: exerça a escuta ativa e o contato visual 

Escute a identificação e queixa principal com atenção. Não se distraia com celular ou a tela do computador; não fique folheando o prontuário. 

Olhe nos olhos do paciente. Somente assim o paciente terá certeza que você realmente o ouviu e entendeu o que sente; e convenhamos que é muito ruim falar com alguém que não nos está dando atenção.  

 

5. Distrações tecnológicas: para médicos e pacientes 

Mantenha o celular desligado ou no modo silencioso, se possível.  

Olhe suas mensagens nos intervalos entre as consultas, nunca no meio delas. Deixe que seu paciente realmente se sinta priorizado naquele tempo de atendimento.  

Se o celular do paciente o está distraindo, solicito gentilmente: “O senhor se incomoda em desligar ou deixar no silencioso o seu celular?” O paciente precisa ter atenção às suas informações para otimização do tratamento. 

 

6. Exame físico primeiro: a clínica é soberana 

Só olhe os exames complementares após examinar seu paciente.  

Um exame físico geral, mesmo um abreviado – sem todas as avaliações possíveis completas – irá te direcionar a olhar melhor os exames complementares.  

 

7. Avaliação Independente dos exames: aumente a confiança na sua competência

Olhe os valores e imagens dos exames antes de ler o laudo. Faço isso sempre por três motivos: 

  • quero treinar minha vista e comparar o meu laudo mental com o laudo do radiologista. 
  • quero avaliar se houve algum erro de digitação no laudo – mais comum que pensamos. 
  • o paciente sabe quando você apenas olhou o laudo. Isso não passa nem um pouco de confiança. 

8. Priorize a queixa principal do paciente 

Muitas vezes a queixa do paciente é simples e até ocasional quando seu paciente é antigo. Como exemplo, ele pode vir com uma simples cefaleia tensional, mas, sendo seu paciente antigo, você sabe que ele tem diabetes, hipertensão não controlada, encontra-se com um pé diabético infectado e faz todo o ajuste crônico de medicações além do tratamento da infecção no pé.

Sim, a cefaleia inicial pode passar batido, pois é algo simples de tratar; mas o paciente pode sair com a sensação de que você não se importa com o que ele está sentindo pela falta da prescrição de um analgésico simples.

Se importe com a queixa de entrada. Se é importante para seu paciente, é importante para você. 

 

Leia também: Quer ser um médico PJ? Saiba os cuidados que deve ter!

Conclusão

Por fim, é claro que boas formações, diplomas e atualizações são importantes; isso deve ser o básico para qualquer médico que não quer ficar desatualizado. Porém, a boa e velha relação médico-paciente continua tendo seu alto grau de importância para a boa prática da medicina.

O paciente confiará mais em você pelo seu atendimento e humanidade do que pelos seus diplomas. Ele confiará mais em você se sentir que realmente tem interesse nele como pessoa e não apenas na sua doença. 

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