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Carreira4 outubro 2024

10 dicas de gestão financeira para o início da carreira médica

Aprendeu tudo sobre salvar vidas, mas nada sobre como manter a saúde do seu bolso? Confira as dicas que separamos abaixo!
Por Redação Afya

Ainda que a Medicina seja reconhecidamente uma profissão bem remunerada, a vida financeira do médico em início de carreira pode ser bastante desafiadora. Entre estudos, provas, atendimentos iniciais e a construção de uma clientela própria, gerenciar as finanças pessoais e profissionais pode ser um acréscimo de estresse em um dia a dia já tão atribulado.

Se você é um médico em início de carreira, que na faculdade aprende de tudo sobre como salvar vidas, mas nada sobre como manter a saúde do seu bolso, vai gostar de acompanhar as dicas que separamos abaixo. Confira!

Leia mais: Formação médica e remuneração: diferenças salariais do generalista e especialista

Metas definidas

Pode parecer um conceito vago, porém definir metas é importante para as áreas de todas as profissões. Elas funcionam como um farol que orienta o caminho e ajuda a impulsionar o sucesso em cada escolha. Para isso, descreva suas metas detalhadamente. Separe-as entre pequenas e grandes, de curto e longo prazo, considerando prioridades para cada uma.

Traçado este panorama, passe a acompanhar o progresso de cada meta estabelecida, avaliando se foram ou não alcançadas e redefinindo-as, se necessário. Assim, você saberá o que funciona ou não e poderá ter uma visão mais clara, não só sobre seus anseios profissionais, como individuais.

Contas pessoais x profissionais

Não separar as receitas e despesas de cada área da vida é um dos erros mais comuns entre profissionais de saúde que montam consultórios. Manter contas bancárias distintas nesse sentido permite uma visão mais clara sobre seus rendimentos, gastos e a situação geral de cada uma, ajudando no equilíbrio do fluxo de caixa, e é ainda mais importante quando o médico trabalha em consultório ou atua como PJ, inclusive para fins de tributação e comprovação.

“As despesas do consultório podem fazer parte do seu livro de caixa e serem dedutíveis e abatidas do seu imposto de renda. Para isso, é necessário que esteja tudo documentado. Se houver qualquer confusão ou mistura com suas finanças pessoais, a chance de você ter um erro e ser multado é grande”, diz Dr. Ronaldo Gismondi, cardiologista com 20 anos de profissão.

Fundo reserva

O médico, assim como qualquer outro profissional, deve possuir uma reserva de emergência. De acordo com o Dr. Gismondi, para manter uma margem de segurança, esse valor deve ser equivaler de 6 a 12 meses do gasto mensal do médico. Assim, diante uma demissão ou imprevisto, haverá um respiro para que possa fazer uma nova especialização, mudar de cidade ou simplesmente aguardar até se reposicionar no mercado.

“Hoje, as grandes redes hospitalares e laboratoriais possuem ações na Bolsa de Valores, o que faz com que se comportem como qualquer outra grande empresa do país em termos de contratação, de expansão, retração de crises. Isso gera também instabilidade no vínculo trabalhista”, alerta o especialista.

 Identificando as fontes

Durante a residência, provavelmente os rendimentos são oriundos da bolsa-residência e dos plantões. Mas se, já em início de carreira, você optar por montar um consultório para atender seus próprios pacientes, é importante ter em mente (e no papel) de que forma tais pagamentos estão sendo feitos.

Eles podem ser realizados à vista, em dinheiro, crédito ou débito, ou ainda virem parcelados, ou via convênio com plano de saúde. Parece detalhe, mas acredite: dados como estes dão uma visão mais abrangente sobre a saúde do seu consultório.

Fluxo de caixa

O fluxo de caixa funciona como um Raio-x das finanças do consultório. Ele mostra tudo o que entra e sai de dinheiro, desde grandes compras até pequenos gastos do dia a dia. Com essa informação, o médico pode identificar gastos desnecessários, priorizar investimentos, analisar impostos e prever necessidades futuras.

Tudo precisa ser anotado: salários dos colaboradores, pagamentos a fornecedores, custos fixos e variáveis com manutenção do espaço, investimento em publicidade, impostos e recebimentos.

Ao manter um fluxo de caixa organizado e atualizado, o médico terá uma visão clara da saúde financeira do seu consultório. Isso permitirá tomar decisões mais conscientes, otimizar os recursos e garantir o sucesso do negócio.

E isso nos leva a outro item importantíssimo…

Leia mais: Saúde financeira: saiba como acompanhar o pagamento dos planos de saúde

Autocontrole nos gastos pessoais

Sabemos que boa parte da jornada médica, desde estudante até médico recém-formado, é construída à base de muito investimento de tempo, expectativa e… dinheiro. Mas, como em todas as áreas da vida, é preciso moderação.

Mesmo o salário inicial de um médico pode ser relativamente alto, se comparados a outras profissões, não é por isso que o estilo de vida precisa ser inflacionado tão logo ele comece a entrar na conta bancária.

Sempre que pensar em lançar mão de uma quantia muito alta com algo que não seja condizente com um profissional em início de carreira, pense em quanto do seu suor você empregou para ganhar esse dinheiro.

Por isso, vale a pena, entre um atendimento ou outro, investir tempo em aprender também sobre finanças pessoais, investimentos e gestão de dinheiro, para poder gastar com mais responsabilidade.

Terceirização de serviços

Sabemos que a missão do médico é, prioritariamente, salvar vidas. E para que nenhum outro afazer atravesse e atrapalhe seu caminho, sugerimos: terceirize mão de obra o quanto puder.

Manutenção e contabilidade são áreas que demandam tempo e conhecimentos muito específicos. Mesmo o marketing, que pode parecer uma atividade facilmente incorporada ao dia a dia do médico, demanda tempo e estratégias bem definidas, e por isso necessitam de profissionais que se encarreguem da missão.

“Tem certa vantagem, hoje, aquele médico que consegue se projetar nas mídias sociais, por exemplo. Cada vez mais, a população mundial acessa esses canais para conhecer o médico, saber o que ele fala, que pensa, como trabalha”, completa Dr. Ronaldo.

Escolher o regime tributário ideal

Além de orientação na seleção do regime tributário mais adequado às características do seu consultório, uma assessoria contábil vai garantir a regularização do negócio, assegurando que você esteja em dia com todas as obrigações fiscais e legais.

Profissionais especializados em economia tributária ainda podem auxiliar na redução da carga tributária e ajudar a otimizar o lucro da sua clínica.‍ Com o apoio de profissionais experientes, você estará preparado para enfrentar os desafios do mercado médico e alcançar o sucesso.

Automatização

Embora a medicina seja uma das profissões mais antigas do mundo, não tem escapatória: a tecnologia chegou para todos. Optando pelo uso de um software médico, você pode gerar relatórios automatizados e eficientes, liberando seu tempo para o que realmente importa.

Esses documentos gerados a partir da plataforma são capazes de identificar os procedimentos mais lucrativos, os convênios mais utilizados e as oportunidades de otimização das suas finanças. Essa visão completa permite definir metas realistas e direcionar suas ações para o sucesso.

Educação continuada

Em um mundo cada vez mais acelerado e em constante transformação, a educação continuada é um pilar fundamental para a carreira de médicos, mantendo-os atualizados com as últimas descobertas, tecnologias e melhores práticas, garantindo a excelência no atendimento aos pacientes.

Para o Dr. Ronaldo, a busca por melhorias na carreira do médico é dividida em duas frentes principais: o aperfeiçoamento técnico e as habilidades interpessoais.

“Em termos práticos: hoje, um urologista que não esteja aprendendo robótica, daqui a 10 anos, vai estar ultrapassado no mercado, porque a cirurgia robótica em próstata tem benefícios que são palpáveis”, diz ele, ressaltando também a importância de profissionais da saúde desenvolverem habilidade em conteúdos digitais.

“Na maior parte do país, hoje, já são usados prontuários eletrônicos. Se o médico é safo com tecnologia, vai conseguir fazer a parte burocrática mais rápido e ter mais tempo para se dedicar ao paciente”, contextualiza.

No entanto, acrescenta: “Em paralelo, há uma demanda crescente para médicos aprimorem suas habilidades socioemocionais, como saber como falar com os pacientes e seus familiares, como se relacionar com os colegas, e desenvolver a capacidade de interagir com as outras profissões de saúde no ambiente de trabalho. Dificilmente um médico que seja muito bom tecnicamente, mas arrogante, vai alcançar sucesso na carreira”.

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**Revisão técnica de Maikel Ranthum, médico especialista em clínica médica, nefrologia e medicina intensiva. Responsável pelo curso de “Finanças Dominadas”.

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