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Cardiologia7 julho 2023

Teste do coraçãozinho: novidades na aplicação prática

O teste do coraçãozinho realiza aferição da oximetria de pulso no membro superior direito e em qualquer um dos membros inferiores.

Por Lays Bueno

O teste do coraçãozinho realiza a aferição da oximetria de pulso no membro superior direito e em qualquer um dos membros inferiores. 

O teste do coraçãozinho (TC) ou teste de oximetria de pulso (TOP) é um exame clínico de triagem realizado em recém-nascidos nos primeiros dias de vida para identificar pacientes que possam ter alguma cardiopatia congênita cianótica (CCC), chamadas também de críticas. 

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As CCC são aquelas em que a compensação da circulação sistêmica e/ou pulmonar é dependente da patência do canal arterial, tais como transposição de grandes vasos, coarctação de aorta e atresia pulmonar.  

Logo após o nascimento já se inicia o fechamento fisiológico do canal arterial e, nessas condições clínicas, intervenções precoces para manter patente o canal arterial até que haja possibilidade terapêutica corretiva são essenciais. 

As cardiopatias congênitas estão presentes a cada 6-8 em cada 1000 nascidos vivos. Dessas, 1-2 casos são de CCC. Apenas 30% apresentarão algum sinal clínico detectável pelo exame físico ao nascimento. É então necessário um teste de triagem capaz de ampliar a possibilidade diagnóstica e identificar a hipoxemia que ainda não pode ser vista no exame físico.  

Método de aplicação 

O teste do coraçãozinho realiza aferição da oximetria de pulso no membro superior direito (que avalia a saturação de oxigênio pré-ductal) e em qualquer um dos membros inferiores (saturação de oxigênio pós-ductal). 

Anteriormente, o resultado era considerado normal se a saturação em ambos os membros fosse maior ou igual a 95% e a diferença entre os membros fosse menor ou igual a 3%. Caso o resultado em um dos membros fosse menor que 95% ou a diferença entre eles maior que 3%, o resultado deveria ser repetido em 1 hora. Se os parâmetros se mantivessem, deveria ser realizado um ecocardiograma dentro das 24 horas seguintes. 

Quando estabelecido pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria, esse teste era aplicado em todos os recém-nascidos maiores de 34 semanas entre 24 e 48 horas de vida. 

O que mudou? 

Primeiramente, o exame deve ser realizado em crianças assintomáticas com mais de 35 semanas de idade gestacional corrigida. Além disso, o teste exige resultados menos rigorosos, considerando como alteradas as saturações menores ou iguais a 89%, e cria uma nova categoria, a do resultado duvidoso. O teste continua sendo realizado entre 24 a 48 horas de vida. Se o resultado for maior ou igual a 95% e a diferença entre MSD e MMII for menor ou igual a 3%, o teste é negativo, ou seja, normal. 

Caso o teste mostre saturações menores ou iguais a 89%, é considerado positivo (anormal). Resultados entre 90 a 94% ou com diferença entre os membros maior ou igual a 4%, devem ser repetidos em 1 hora. Caso se mantenha o mesmo resultado, deve ser realizado um terceiro teste com diferença de 1 hora do segundo e, se mantido, é considerado resultado alterado. 

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O teste de oximetria de pulso apresenta especificidade de 99% e sensibilidade de 75%, servindo muito bem como um teste de triagem quando aplicado corretamente. 

Este texto foi revisado e atualizado em 07/07/2023, por Dolores Henrique, editora de Pediatria do Portal PEBMED.

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Referências bibliográficas

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