A osteomielite crônica é caracterizada por uma infecção óssea de duração maior que 6 semanas que pode acabar durando anos com sintomas indolentes como dor, febre baixa, eritema e fistulização. O tratamento pode ser realizado com antibioticoterapia venosa por longos períodos e casos que se apresentam com áreas de sequestro ósseo ou material de síntese colonizado necessitam tratamento cirúrgico.
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O tratamento cirúrgico proposto pode ser reconstrução ou amputação do membro, levando a uma variedade de resultados e desfechos pós-operatórios. Falando especificamente dos desfechos após osteomielite do membro inferior, são escassos os estudos na literatura que abordam o tema. Foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open uma revisão com o objetivo de mapear as evidências existentes na reconstrução dos membros e amputação para o gerenciamento osteomielite crônica do membro inferior.
Métodos
Foram pesquisadas nas bases de dados MEDLINE, PubMed, EMBASE, CINAHL, PsycINFO, Cochrane Library, Open Grey e Web of Science Conference Proceedings Index. Os critérios de inclusão foram estudos de pacientes adultos a partir de 16 anos tratados da osteomielite crônica cirurgicamente publicados entre janeiro de 2011 e outubro de 2020.
Foram incluídos 3.303 registros, dos quais 99 estudos foram analisados. A maioria dos estudos foram séries de casos (77/99; 78%) e avaliaram um método de reconstrução (68/99; 69%). Foram relatados 511 resultados, agrupados em 58 resultados distintos.
Resultados
No geral, 143/511 de todos os resultados (28%) foram fornecidos com um claro texto de definição, e 231 Resultados (45%) tiveram detalhes relatados sobre como e quando foram medidos. O resultado mais comumente relatado nos estudos foi a “recorrência da osteomielite” (62; 12%) e o mais relatado pelo paciente foi “dor”.
Conclusão
O estudo destacou inconsistências significativas na definição, relato e medidas de resultados entre estudos que investigam o manejo cirúrgico para osteomielite crônica do membro inferior em adultos. A melhor avaliação desses desfechos seria importante para casos graves em que a indicação de amputação precoce poderia melhorar a qualidade de vida do paciente e permitir um retorno às atividades do dia a dia em vez de insistir em antibioticoterapia e tentativas de reconstrução frustradas.
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Mensagem prática
Pelo visto através desse estudo, a prática atual é baseada na experiência individual do ortopedista acerca do tema, sendo necessários estudos para gerar evidência científica.
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