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Cardiologia12 outubro 2022

Resultados perinatais em gestações complicadas por cardiomiopatia materna 

Estudo publicado em setembro de 2022 avaliou sistematicamente os resultados perinatais de gestações complicadas por cardiomiopatia materna.

A prevalência de cardiomiopatia na gravidez varia muito em todo o mundo. De acordo com os dados mais recentes, cerca de 4% de todas as gestações nos países ocidentais são complicadas pela existência de algum tipo de doença cardiovascular (DCV). Sendo assim, é de suma importância a assistência multidisciplinar dessas gestantes, além do aconselhamento pré- concepcional, com o objetivo de diminuir a morbidade e mortalidade materna e fetal.  

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Em setembro de 2022 foi publicada uma revisão sistemática e metanálise na Revista Portuguesa de Cardiologia, com o objetivo de avaliar sistematicamente os resultados perinatais de gestações complicadas por cardiomiopatia materna. No total, 13 estudos (n=2.291.024 gestações) foram elegíveis para inclusão. A morte perinatal foi mais provável em recém-nascidos de mulheres com cardiomiopatia em comparação com mulheres sem doença cardíaca (natimortos: OR 20,82, IC 95% 6,68-64,95, I2=NA%, p<0,00001; mortalidade neonatal: OR 6,75, IC95% 3,54-12,89, I2=0%, p<0,00001), e em mulheres com outras formas de doença cardíaca (natimortos: OR 3,75, IC95% 1,86-7,59, I2=0%, p=0,0002; neonatal mortalidade: OR 2,42, IC 95% 1,39-4,21, I2=0%, p=0,002).

Em comparação com outras formas de doença cardíaca, gestações afetadas por cardiomiopatia materna foram significativamente mais propensas a resultar em parto prematuro (OR 2,21, IC 95% 1,31-3,73, I2=77%, p=0,003) e recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (OR 2,97, IC 95% 2,38-3,70, I2=47%, p<0,00001), ambas as principais causas de morbidade a curto e longo prazo. 

Gravidez

Conclusão

Os autores concluíram que há uma maior probabilidade de resultados perinatais adversos em gestações afetadas por cardiomiopatia materna em comparação com doença cardíaca não cardiomiopatia e sem doença cardíaca. As mulheres com cardiomiopatia que querem conceber devem receber aconselhamento detalhado sobre esses riscos e ter suas gestações gerenciadas por equipes multidisciplinares experientes que possam fornecer monitoramento fetal adequado e tenham experiência em neonatologia. 

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Referências bibliográficas

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