As estatinas estão recomendadas como profilaxia secundária em todos os pacientes com cardiopatia por aterosclerose (infarto agudo do miocárdio – IAM/acidente vascular cerebral – AVC), bem como na profilaxia primária em indivíduos de moderado a alto risco. Contudo, em idosos, questiona-se o risco x benefício desses medicamentos, pois a menor expectativa de vida poderia não dar tempo de ter todos os benefícios da droga.
Por esse motivo, há um ensaio clínico em andamento, o “Statin Therapy for Reducing Events in the Elderly (STAREE)”. Enquanto ele não fica pronto, pesquisadores israelenses fizeram uma coorte de pacientes e mostraram resultados interessantes.
Uso das estatinas em idosos
Foram incluídos pacientes com mais de 65 anos de idade, acompanhados ao longo de dez anos, e analisadas a mortalidade e o risco de eventos cardiovasculares. Mais de 19 mil pacientes foram incluídos, sendo que 27% fizeram uso de estatina.
Os resultados mostraram que os usuários regulares de estatina tiveram um risco 34% menor de morte e 20% de eventos cardiovasculares. Além disso, o benefício foi o mesmo naqueles com mais de 75 anos de idade.
Conclusões
Qual a mensagem prática? No paciente de maior risco, a estatina está cada vez mais consolidada como o principal tratamento da aterosclerose, e não é apenas a idade que deve contrapor seu uso. O médico deve avaliar a fragilidade e a expectativa de vida.
Idosos “inteiros” fazem jus à droga assim como os adultos jovens. A dúvida ficará no idoso com neoplasia ou demência avançada, como discutimos em textos anteriores.
Referência bibliográfica:
- Eilat‐Tsanani S, Mor E, Schonmann Y. Statin Use Over 65 Years of Age and All‐Cause Mortality: A 10‐Year Follow‐Up of 19 518 People. Journal of the American Geriatrics Society. Volume67, Issue10. October 2019. P 2038-2044.
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