Logotipo Afya

Conteúdo Patrocinado

Mantecorp Farmasaintersect
Anúncio
Clínica Médica28 abril 2025

Estratégias para o manejo de náuseas e vômitos

A médica clínica Larissa Wermelinger aborda estratégias mais recentes e eficazes para tratamento de náuseas e vômitos, com base nas melhores práticas e evidências científicas.

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mantecorp Farmasa de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

Introdução

Náuseas e vômitos são sintomas comuns que levam muitos pacientes a buscar atendimento médico. O manejo eficaz dessas condições é essencial para todos os profissionais de saúde. Este artigo aborda as estratégias mais recentes e eficazes para o tratamento de náuseas e vômitos, com base nas melhores práticas e evidências científicas.

Avaliação inicial

A avaliação inicial de náuseas e vômitos deve incluir uma história clínica detalhada e um exame físico completo. É crucial diferenciar entre sintomas agudos (menos de 7 dias) e crônicos (mais de 4 semanas). Nos casos agudos, as causas mais comuns incluem efeitos colaterais de medicamentos, ingestão excessiva de álcool, doenças gastrointestinais infecciosas ou intoxicação alimentar. Já nos casos crônicos, é necessário investigar a etiologia para guiar o tratamento definitivo.

Fisiopatologia

Os sintomas de náuseas e vômitos resultam de uma interação complexa entre o sistema nervoso central (SNC), trato gastrointestinal e sinalização neuroendócrina. O “centro do vômito” no SNC, que inclui o núcleo do trato solitário e a formação reticular, pode ser ativado por várias vias, incluindo o trato gastrointestinal, o córtex cerebral, o centro vestibular e a área postrema.

Principais causas

As principais causas de náuseas e vômitos incluem:

  • Neoplasias: Tanto pela doença quanto pelo tratamento (quimioterapia ou radioterapia).
  • Gravidez.
  • Medicamentos: Anti-inflamatórios, antiarrítmicos, opioides, antibióticos, levodopa, antiepiléticos.
  • Abdome agudo: Volvo de sigmoide, pancreatite, colecistite, apendicite.
  • Doenças gastrointestinais crônicas: Gastroparesia, dispepsia, pseudobstrução intestinal, síndrome de vômitos cíclicos, doença inflamatória intestinal.
  • Pós-operatório.
  • Distúrbios metabólicos: Acidose, hipercalcemia, hiponatremia, hipocalemia, uremia, insuficiência adrenal, hiperparatireoidismo.
  • Doenças vestibulares: Doença de Meniere, labirintite, vertigem paroxística posicional benigna, cinetose.
  • Doenças neurológicas: Hidrocefalia, hemorragia no SNC, hipertensão intracraniana.
  • Doenças psiquiátricas: Ansiedade, depressão, bulimia, anorexia.

Investigação básica

Além da história clínica e exame físico, exames laboratoriais como hemograma completo e eletrólitos são fundamentais. Outros exames devem ser guiados pela suspeita clínica, como beta-HCG na suspeita de gravidez, proteína C reativa, enzimas hepáticas e pancreáticas, TSH e cortisol sérico. Exames de imagem, como tomografia computadorizada ou endoscopia digestiva alta, podem ser necessários em casos específicos.

Tratamentos disponíveis

Antihistamínicos

Dimenidrato e meclizina são exemplos de antihistamínicos usados para sintomas de origem vestibular. Dimenidrato é administrado em doses de 50 a 100 mg a cada quatro a seis horas, enquanto meclizina é usada em doses de 25 a 100 mg ao dia.

Antimuscarínicos

Escopolamina é um antimuscarínico comum, utilizado para prevenir náuseas associadas ao movimento e pós-operatório. A dose usual é de 10 a 20 mg de três a cinco vezes ao dia.

Antidopaminérgicos

Clorpromazina e levomepromazina são antidopaminérgicos com efeitos antipsicóticos e antieméticos. Clorpromazina é administrada em doses de 25 a 1600 mg ao dia, enquanto levomepromazina é usada preferencialmente em cuidados paliativos.

Benzamidas

Metoclopramida, bromoprida e domperidona são benzamidas com efeitos antieméticos e procinéticos. Metoclopramida é administrada em doses de 10 mg três vezes ao dia, enquanto bromoprida é usada em doses de 10 mg duas a três vezes ao dia.

Antagonistas serotoninérgicos

Ondansetrona é um antagonista serotoninérgico usado principalmente em pacientes oncológicos. A dose recomendada é de 8 mg duas vezes ao dia.

Antagonistas de neurocinina 1

Aprepitanto é utilizado na prevenção de náuseas e vômitos associados à quimioterapia, com doses de 125 mg no primeiro dia, seguidas de 80 mg nos dois dias subsequentes.

Corticosteroides

Dexametasona é o corticosteroide mais usado para náuseas e vômitos, especialmente em pacientes oncológicos e pós-operatório. A dose recomendada é de 4 a 8 mg ao dia.

Terapias não farmacológicas

Intervenções não farmacológicas, como aromaterapia, acupuntura, ingestão de gengibre, música e visitas hospitalares, têm mostrado eficácia no controle de náuseas e vômitos, especialmente no pós-operatório.

Considerações finais

O manejo de náuseas e vômitos envolve uma ampla gama de opções terapêuticas. A escolha do tratamento deve ser baseada na etiologia dos sintomas e nas características individuais de cada paciente. As novas formulações, como o filme oral de ondansetrona, prometem maior eficácia mesmo em pacientes com vômitos frequentes.

 

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Mais Vídeos