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Terapia Intensiva12 dezembro 2025

SUS vai capacitar profissionais em cuidados paliativos a partir de 2026

Iniciativa do Ministério da Saúde com o Hospital Sírio-Libanês busca melhorar a qualidade de vida de pessoas sob cuidados paliativos

Profissionais que atuam na atenção primária do Sistema Único de Saúde receberão capacitação para aplicar cuidados paliativos com foco na qualidade de vida de pacientes com condições de saúde graves e ameaçadoras da vida. O novo ciclo do Projeto Cuidados Paliativos, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês por meio do Proadi-SUS, terá início em 2026 e contemplará 20 estados.

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A proposta é ampliar o conceito do cuidado paliativo dentro da rede pública, indo além da ideia de atuação apenas em situações de fim de vida. “Cuidados paliativos não significam ausência de tratamento. Trata-se de colocar a pessoa no centro do cuidado, considerando sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais”, destacou a coordenadora do projeto no Sírio-Libanês, Maria Perez.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse modelo de atenção deve ser iniciado desde o diagnóstico da doença, de forma integrada aos tratamentos específicos, trazendo alívio do sofrimento e suporte às famílias.

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Expansão da capacitação em cuidados paliativos na rede pública

Criado em 2020, o projeto já capacitou mais de 10 mil profissionais e ajudou a identificar mais de 12 mil pacientes com demanda por cuidados paliativos em hospitais, ambulatórios e atendimento domiciliar. Desde 2024, a iniciativa passou a incluir também Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e serviços do SAMU, acelerando a integração com gestores estaduais.

A expectativa é que, ao final de 2026, um terço das macrorregiões do país esteja envolvido na implantação de protocolos assistenciais voltados a esse público.

Mudança cultural

Para equipes de urgência e emergência, o tema ainda representa desafio. “O foco sempre foi salvar vidas a qualquer custo. Com o projeto, compreendemos que, nos casos irreversíveis, existe cuidado possível e necessário”, disse a supervisora do SAMU no Vale do Paraíba (SP), Rita de Cássia, uma das primeiras regiões a aderir.

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A OMS estima que mais de 73 milhões de pessoas no mundo precisam de cuidados paliativos anualmente, mas 20 milhões morrem sofrendo, sem acesso ao alívio de sintomas. No Brasil, a nova política, que inclui protocolos, formação continuada e um manual específico, busca reduzir essa lacuna e garantir dignidade e conforto ao longo de toda a trajetória da doença.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

Autoria

Foto de Roberta Santiago

Roberta Santiago

Roberta Santiago é jornalista desde 2010 e estudante de Nutrição. Com mais de uma década de experiência na área digital, é especialista em gestão de conteúdo e contribui para o Portal trazendo novidades da área da Saúde.

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