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Terapia Intensiva20 julho 2022

Sociedade Brasileira de Pediatria lança novidades sobre sepse neonatal precoce

Um documento científico muito interessante com uma abordagem bem completa sobre o diagnóstico e manejo da sepse neonatal precoce (SNP).

A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou, em junho deste ano, recomendações para o diagnóstico e manejo da sepse neonatal precoce (SNP). Um documento científico muito interessante com uma abordagem bem completa sobre o tema.

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Sociedade Brasileira de Pediatria lança novidades sobre sepse neonatal precoce

Dentro das recomendações destacam-se:

  1. A identificação de fatores de risco maternos para SNP associada a antibioticoterapia profilática intraparto, em tempo correto, são maneiras efetivas de prevenir a sepse neonatal;
  2. É essencial uma boa comunicação entre a equipe de obstetrícia e de neonatologia;
  3. Recém-nascidos (RN) assintomáticos porém com fator de risco para SNP e idade gestacional (IG) acima de 35 semanas, devem ser examinados com frequência e coletadas culturas. A indicação de antibioticoterapia (ATB) deve ser feita se surgirem sintomas sugestivos de infecção;
  4. Desconforto respiratório leve a moderado após o nascimento deve ser acompanhado de perto e inicialmente sem ATB, exceto na piora ou persistência dos sintomas por mais de seis horas;
  5. Se sinais clínicos sugestivos de sepse precoce, ou quadro clínico persistente ou progressivo, os RN devem receber ATB após a coleta de culturas;
  6. RN prematuros por cesariana eletiva devido a indicação materna porém com bolsa amniótica íntegra não devem receber ATB;
  7. Prematuros com idade gestacional igual ou inferior a 34 semanas com fator de risco materno para SNP ou instabilidade cardiorrespiratória devem receber ATB após coleta de culturas. Devem também ser reavaliado sem 36 a 48 horas;
  8. A hemocultura e a cultura do líquor darão o diagnóstico etiológico;
  9. Exames laboratoriais, como hemograma e proteína C reativa (PCR) auxiliam na exclusão da SNP, porém não devem ser valorizados no diagnóstico, nem na continuação de ATB se RN clinicamente bem com culturas negativas;
  10. Os ATB empíricos indicados são: penicilina G cristalina ou ampicilina associada a gentamicina ou amicacina;
  11. Se indicado ATB, se evolução clínica for favorável e as culturas forem negativas em 36-48 horas, o tratamento deve ser suspenso, exceto em casos de evidência de infecção localizada, como pneumonia ou meningite;
  12. Se culturas positivas, escolher monoterapia baseada no antibiograma;
  13. Se boa evolução clínica, escolher o menor tempo de tratamento possível. Na SNP confirmada em cultura, o paciente deve receber 7 a 10 dias de tratamento. No caso de pneumonia e sepse clínica, o período varia entre 5 a 7 dias;
  14. Só considerar tratamento mais prolongado se houver evolução clínica e microbiológica ou infecção de sítio específico, como na meningite por Gram-positivo (14 dias) e por Gram-negativo (21 dias).

Para finalizar vale lembrar os fatores de risco para SNP:

  • Trabalho de parto prematuro;
  • Rotura de membranas ≥ 18 horas;
  • Colonização materna pelo estreptococo do grupo B em gestante sem antibioticoterapia profilática intraparto;
  • Corioamnionite: caracterizada por febre materna intraparto ≥ 39,0 °C ou 38-38,9 °C que persiste por mais de 30 minutos associada a, pelo menos, um dos seguintes achados: leucocitose materna (> 15.000), drenagem cervical purulenta ou taquicardia fetal.
  • Febre materna nas 48 horas antes do parto;
  • Cerclagem ou pessário na gestante;
  • Procedimentos de medicina fetal 72 horas antes do parto;
  • Infecção materna do trato urinário materna sem tratamento ou em tratamento há menos de 72 horas.

Vale lembrar também que a sepse neonatal precoce é uma importante causa de morbimortalidade neste período.

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