Muita atenção é dada para a prevenção das complicações tromboembólicas após as cirurgias de artroplastia de substituição articular (ASA), sendo adotadas além de medidas não farmacológicas como a deambulação precoce, o uso de medicamentos específicos. Alguns destes medicamentos apresentam limitações associados ao seu uso incluindo o custo e a forma de administração. A aspirina vem se tornando uma opção bastante popular para a profilaxia do tromboembolismo venoso (TEV) após ASA. No entanto, os pacientes com histórico de TEV geralmente recebem agentes profiláticos mais agressivos devido ao risco inicial aumentado.
O estudo
Um recente estudo foi publicado na revisa científica Journal of Bone and Joint Surgery. O objetivo deste estudo foi avaliar se a aspirina é um agente profilático eficaz em pacientes com história de TEV. Trata-se de um estudo longitudinal do tipo coorte retrospectiva realizado em um centro único de tratamento localizado em Philadelphia, Pennsylvania.
Métodos
Foram revisados os prontuários clínicos eletrônicos de 36.333 pacientes submetidos à ASA entre 2008 e 2020. Foram coletados dados sobre características demográficas, comorbidades, fatores intraoperatórios e complicações pós-operatórias.
Resultados
Dos 36.333 pacientes submetidos à ASA, 1.087 pacientes (3,0%) tinham histórico de TEV e não estavam em uso crônico de aspirina. O risco de TEV subsequente foi significativamente maior (p = 0,03) em pacientes com histórico de TEV (1,4%) em comparação com pacientes sem TEV prévio (0,9%). No entanto, a incidência de TEV não foi significativamente menor (p = 0,208) em pacientes com histórico de TEV que receberam aspirina (0,4%) em comparação com pacientes que receberam profilaxia de TEV com outros medicamentos (1,5%). A correspondência do escore de propensão não mostrou diferença nas taxas de TEV entre os 2 grupos (2,2% em comparação com 0,55%; p = 0,372). Em uma análise de regressão, a administração de aspirina não foi associada a um risco aumentado de TEV subsequente (razão de chances ajustada, 0,32; p = 0,274).
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Mensagem prática
Os achados deste estudo sugerem que, embora os pacientes com histórico de TEV tenham um risco basal aumentado para TEV subsequente, a aspirina pode ser uma profilaxia adequada para TEV nesse grupo de pacientes.
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